Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian disse a repórteres nesta quarta-feira (6) que Pequim condena fortemente a venda dos mísseis a Taiwan.
"A China tomará medidas firmes e contundentes para salvaguardar resolutamente seus interesses de soberania e segurança", afirmou o porta-voz.
Segundo ele, a iniciativa mina "seriamente os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento da China, prejudicando severamente as relações entre China e EUA e a paz e a estabilidade da região".
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, durante briefing diário da pasta, em Pequim, 24 de fevereiro de 2020.
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Zhao também pediu aos EUA que respeitassem os acordos previamente estabelecidos entre Pequim e Washington. Em um recente tratado entre os países, os Estados Unidos concordaram em acabar com seu apoio militar a Taiwan.
Nos últimos anos, apesar dos apelos chineses, os EUA têm canalizado apoio a Taiwan, inclusive com o envio de armas.
A demanda política dos EUA por mais ajuda militar aumentou desde 24 de fevereiro, com políticos norte-americanos alertando que a China poderia usar a crise na Ucrânia para lançar sua própria operação para recuperar Taiwan. Pequim nega e condena as acusações.
A venda dos mísseis Patriot foi anunciada em comunicado da Agência de Cooperação de Segurança e Defesa (DSCA, na sigla em inglês) que detalha aspectos do negócio. A DSCA é parte do Departamento de Defesa dos EUA.
A possível transação inclui apoio, planejamento, instalação, desenvolvimento, operação e manutenção do sistema Patriot, assim como equipamentos associados, ainda segundo o documento.
O sistema de defesa antiaérea Patriot é uma tecnologia militar norte-americana vendida a diversos países e territórios aliados de Washington. Apesar disso, o apoio militar a Taiwan gera tensões com a China, que considera a ilha parte de seu território.