Nesta quinta-feira (7), a Assembleia Geral da ONU (AGNU) aprovou uma resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos. A votação reuniu 93 países favoráveis, 24 contra, incluindo Belarus, Cuba e China, e 58 abstenções, dentre os quais estão Brasil, Índia e Arábia Saudita.
Dentre os países que rejeitaram a resolução da AGNU, em particular China, Cuba e Irã, disseram se opor à politização dos direitos humanos.
"A China defende os direitos humanos [...] Mas nos opomos à politização dos direitos humanos", disse um representante chinês antes da votação.
O representante chinês acrescentou ainda que "um movimento tão apressado vai agravar a divisão na ONU, como adicionar combustível ao fogo".
Os EUA e aliados iniciaram este movimento conectando a autoria das supostas atrocidades na cidade ucraniana de Bucha a Moscou, que chamou a situação de "provocação encenada". Imagens que supostamente mostram os corpos de civis mortos em Bucha surgiram alguns dias depois que as tropas russas deixaram a área, ocupada por forças ucranianas após as negociações de paz em Istambul.
'Decisão politicamente motivada', diz Moscou
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a decisão de suspensão do Conselho de Direitos humanos é ilegal e politicamente motivada e que, portanto, pretende retirar sua adesão do Conselho ainda hoje (7), argumentando que o mesmo tem sido monopolizado por um grupo de países que o tem explorado para seus próprios interesses.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Moscou disse lamentar a decisão sobre suspensão da Rússia e que o país continuará a defender seus interesses e explicar sua posição.
Em 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma operação especial militar na Ucrânia depois que as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk pediram ajuda para se defender de ataques ucranianos. O Ministério da Defesa russo afirmou que a operação tinha como alvo apenas a infraestrutura militar de Kiev, mas apontou que as forças ucranianas estavam usando métodos terroristas típicos, fazendo civis de escudos humanos e posicionando sistemas de armas em áreas civis.