Panorama internacional

Entidades exigem que Países Baixos reparem Iraque por bombardeio

Mais pessoas foram mortas no ataque de F-16 holandeses na cidade iraquiana de Hawija, em 2015, do que se acreditava anteriormente.
Sputnik
Um estudo publicado nesta sexta-feira (8) pediu aos Países Baixos que se desculpem por um bombardeio realizado em 2015 na cidade iraquiana de Hawija, na província de Kirkuk. Como resultado, 85 civis morreram.
Pesquisadores das ONGs iraquianas Al-Ghad e PAX Peace e da Universidade de Utrecht entrevistaram 119 vítimas, incluindo o prefeito de Hawija, para dimensionar os impactos socioeconômicos do ataque holandês.
Em 2019, Amsterdã reconheceu a morte de 70 pessoas por conta do ataque. Em uma carta ao Parlamento, as autoridades justificaram o bombardeio alegando que o local abrigava uma fábrica do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Mulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque.
Segundo a agência SANA, os pesquisadores revisaram os números do governo holandês. Eles estimam que o ataque, na verdade, matou 85 civis e feriu gravemente centenas de pessoas. Cerca de 1.200 empresas e lojas, além de 6.000 casas, foram totalmente destruídas.
No fim do ano de 2020, o governo holandês prometeu fornecer quatro milhões de euros (R$ 20,6 milhões) para a reconstrução da cidade iraquiana.
Segundo o estudo, o compromisso foi insuficiente, e, sete anos após o ataque, Hawija tem grandes dificuldades para reerguer sua estrutura urbana.
Os pesquisadores alertam que "a falta de desculpas e a ausência de um processo de reconstrução real têm um impacto significativo na percepção dos moradores, e isso contribui para provocar sentimentos antiocidentais".
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Os pesquisadores recomendaram que representantes do governo holandês fossem a Hawija para "dar explicações e desculpas aos moradores", além de se oferecer para reparar os danos causados ​​à comunidade.
Segundo o estudo, esse ataque aéreo foi um dos cerca de 34 mil realizados pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria sob o pretexto de combater o terrorismo.
Vale ressaltar que, desde sua criação por Washington em agosto de 2014, fora do âmbito das Nações Unidas, a coalizão internacional lançou dezenas de milhares de ataques a vilarejos, cidades e vilas na Síria e no Iraque.
Milhares de civis, principalmente crianças e mulheres, foram mortos. Os ataques também destruíram a infraestrutura dos lugares, prejudicando gravemente a economia dos países.
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