As alegações da presidenciável foram feitas nesta terça-feira (12) à rádio France Inter.
"Eu me oponho às sanções energéticas [contra a Rússia]. Não quero que o povo francês enfrente as consequências de decisões que tentam barrar a importação de óleo e gás porque eu sei que haverá consequências nos preços dos insumos para a França. E eu estou aqui para defender a França", disse ela.
Le Pen sugeriu ainda que Paris deve se retirar do mercado energético europeu, uma vez que a França é muito menos dependente do óleo e do gás russos do que outros países da União Europeia (UE).
Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, o bloco europeu votou pela aceleração da independência dos insumos energéticos russos.
Na semana passada, a UE anunciou seu quinto pacote de sanções contra a Rússia, que inclui banimento total da compra, importação e transferência de carvão e outros combustíveis fósseis para os países-membros caso eles sejam originados da Rússia ou exportados de lá. A medida começa a vigorar em agosto.
Os preços dos itens energéticos tiveram um aumento de 45% em março quando comparados ao mesmo período do ano passado.
As importações da Rússia para a União Europeia em 2021 correspondem a aproximadamente 45% do total comprado de gás, 27% em relação a óleo cru e 46% ao carvão, segundo a Comissão Europeia.
O primeiro turno das eleições presidenciais francesas ocorreu no último domingo (10). O atual presidente, Emmanuel Macron, obteve 27,84% dos votos válidos, enquanto Le Pen garantiu 23,15%. A segunda etapa do pleito ocorre em 24 de abril. Projeções indicam que o adversário de Le Pen garantirá sua reeleição em uma votação apertada, com 52% dos votos.