Panorama internacional

Houthis do Iêmen criticam força-tarefa liderada pelos EUA no mar Vermelho

Os houthis do Iêmen criticaram uma nova força-tarefa liderada pelos EUA que vai patrulhar o mar Vermelho após a série de ataques do grupo a uma hidrovia essencial para o comércio global.
Sputnik
O porta-voz dos houthis, Mohammed Abdul-Salam, disse na última sexta-feira (15) que a ação dos EUA no mar Vermelho, em meio ao cessar-fogo na guerra civil do país, contradiz a alegação de Washington de apoiar a trégua mediada pela ONU. Segundo o negociador, a força-tarefa "consagra a agressão e o bloqueio ao Iêmen", afirmou ele em sua conta no Telegram.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita contra a qual os houthis lutam há anos, até recentemente, foi apoiada pelos EUA e impõe um bloqueio aéreo e marítimo nas áreas controladas pelo movimento.
De acordo com a Bloomberg, outro líder houthi, Daifallah al-Shami, também criticou a força-tarefa liderada pelos EUA, dizendo que tal iniciativa envia sinais negativos e "dá uma leitura mais sombria à trégua", afirmou através de assessoria de imprensa.
A nova força-tarefa conta com um número de dois a oito navios que vão patrulhar o Mar Vermelho, ao mesmo tempo, em busca de contrabandistas de carvão, drogas, armas e pessoas, de acordo com o vice-almirante Brad Cooper, que supervisiona a Marinha dos EUA no Oriente Médio.
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Embora Cooper não tenha nomeado os houthis quando anunciou a força-tarefa na quarta-feira (13), membros do movimento lançaram barcos drones carregados de explosivos e minas nas águas do Mar Vermelho, que vai do Canal de Suez, no Egito, no norte, até o estreito de Bab-el-Mandeb, no sul, que separa a África da Península Arábica.
O cessar-fogo de 60 dias em torno do mês sagrado de jejum muçulmano do Ramadã parece estar sendo mantido, apesar das repetidas violações pelas quais ambas as partes se culparam.
A guerra que assola a região começou em março de 2015, quando o presidente iemenita Abdrabbuh Mansour Hadi fugiu para Riad depois de ser expulso do país pelo movimento houthi. Os grupos xiitas zaidis vêm do empobrecido norte do país, e suas objeções às reformas neoliberais de Hadi, incluindo a redução dos subsídios aos combustíveis e um esquema de federalização, tornaram-se pontos de encontro para um movimento de massa dos pobres do Iêmen.
A coalizão - Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Sudão e Estados Unidos, além de várias outras nações - liderada pela Arábia Saudita acabou lançando uma campanha militar para devolver Hadi ao poder. No entanto, em 2022, todos, exceto Riad e Abu Dhabi, saíram da guerra.
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