"Os Estados Unidos, que se posicionam como locomotiva da democracia e dos direitos humanos, na verdade não cumprem nem mesmo os critérios formais para serem membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU", afirmou o diplomata.
Ele relembrou que, das 12 principais convenções internacionais e protocolos adicionais no âmbito dos direitos humanos, o lado americano ratificou apenas cinco. Apesar da declarada igualdade de género, os EUA até agora não aderiram à convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.
Entre outros documentos estão o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, a Convenção Internacional Sobre os Direitos da Criança e a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
"E isso não é uma lista completa, são apenas os acordos básicos", ressaltou o vice-ministro. Ultimamente, a administração americana autorizou apenas três relatores especiais do CDH a visitarem o país. "Os restantes – existem dezenas – estão sendo impedidos", apontou Vershinin.
É difícil entender como é possível os EUA serem um país onde o racismo e a discriminação pela raça não apenas não foram erradicados no século XXI, mas até passaram a ter um caráter sistêmico e estrutural, de acordo com suas palavras.
"E quantas vezes nos últimos 20 anos Washington agiu como agressor, desencadeando guerras a seu bel-prazer em todas as regiões do mundo? Os americanos assumiram alguma responsabilidade pelas numerosas violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional na Iugoslávia, Iraque, Líbia, Síria?", perguntou.
O diplomata constatou que um país com tal "currículo" na área dos direitos humanos querer decidir qual dos membros deve permanecer no Conselho de Direitos Humanos da ONU. "É um teatro do absurdo - não há outra palavra para esta situação", resumiu o vice-ministro.
Recentemente, a Assembleia Geral da ONU votou a favor da suspensão da Rússia no Conselho de Direitos Humanos devido aos eventos na Ucrânia. A decisão privou a Rússia do direito de voto e de discursar no órgão. Em resposta, Moscou anunciou a sua saída do Conselho.