Embora os suíços sejam a favor de uma maior cooperação com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma pesquisa no país apontou grande rejeição quando o assunto é ingressar na aliança.
Apenas 33% dos suíços são a favor de uma possível adesão à OTAN, segundo informações do portal Le Temps.
Por outro lado, uma pequena maioria de 56% mostrou-se a favor de uma "colaboração mais estreita" com a organização militar.
O estudo, realizado pelo Instituto Sotomo em colaboração com o grupo "Blick", foi feito com cerca de 20 mil pessoas consultadas entre 12 a 14 de abril.
Os dados ainda revelam que 47% dos entrevistados acreditam que a neutralidade suíça não foi violada quando o país sancionou a Rússia, seguindo orientações da União Europeia.
Segundo a pesquisa, 61% dos entrevistados achavam que a Suíça poderia ajudar mais a Ucrânia. Entretanto, dois terços (66%) são contra o envio de armas, e 62% aprovam a entrega de capacetes e coletes de proteção.
Vale lembrar que a indústria de guerra da OTAN movimenta as 100 maiores fabricantes de armas do mundo, que cresceram 15% nos últimos cinco anos, girando, apenas em 2021, cerca de R$ 3 trilhões em comércio.
Fabricantes americanos e europeus são responsáveis por 82% desse mercado, tendo os Estados Unidos 41 das 100 maiores empresas de armamento do mundo.
Caças F-35 dos EUA sob ameaça
No último dia 15, a OTAN revelou que os novos planos europeus incluem bombas nucleares dos EUA "compartilhadas" com seus aliados e que serão implantadas nos caças F-35.
Os planos fazem parte do programa de "compartilhamento nuclear" da aliança.
"Estamos nos movendo de maneira veloz e furiosa para modernizar os F-35 e incorporá-los em nosso planejamento e em nossos exercícios e coisas deste tipo à medida que capacidades essas ficam conectadas", afirmou Jessica Cox, diretora da direção da política nuclear da OTAN.
De acordo com a pesquisa na Suíça, a iniciativa para a compra do F-35 não teria chance hoje. Apenas 30% dos entrevistados votaram a favor, e 64% contra.
Os suíços também seriam favoráveis quanto ao envolvimento do país na ONU, sendo que 59% disseram ser a favor da candidatura a um assento de dois anos no Conselho de Segurança da entidade.