A operação contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) da Turquia apenas pretende garantir a segurança de sua fronteira, garantiu na terça-feira (19) o Ministério das Relações Exteriores turco.
"Por que o lado iraquiano não se preocupa com terroristas do PKK no seu território? Nós não estamos violando a integridade territorial do Iraque; não temos tais intenções. Vamos garantir a segurança dos nossos cidadãos, vamos combater o terror", anunciou em um briefing Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Turquia.
Na segunda-feira (19), a Turquia iniciou uma operação transfronteiriça antiterrorista contra o PKK no norte do Iraque, dizendo que formações do grupo planejavam uma ofensiva em grande escala. Ancara enviou 42 forças-tarefas, em um total de 654 militares, para identificar e neutralizar os militantes em regiões fronteiriças. O PKK tem bases militares no norte do Iraque.
Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, reiterou na segunda-feira (19) que a Turquia segue o compromisso de combater o PKK "até o terrorismo deixar de ser uma ameaça ao país, à região e a toda a humanidade". Ao todo, 30 militantes do grupo foram mortos no norte do Iraque até esta terça-feira (20), segundo o Ministério da Defesa da Turquia. Bagdá afirma que a ação da Turquia mina a segurança nacional do Iraque.
Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, condenou a operação turca, sublinhando que ela exacerbará as tensões nas suas relações com Bagdá.
O conflito militar entre Ancara e o PKK começou em 1984, e se intensificou a partir de 2015. Erdogan declarou que 6.000 combatentes do PKK foram mortos na Turquia desde julho de 2015, o mesmo acontecendo com outros 6.900 fora do país. Já a Turquia perdeu mais de 1.200 militares durante o confronto.