O primeiro-ministro britânico fez uma viagem não planejada em 9 de abril à Ucrânia, onde a Rússia conduz uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar o país.
A porta-voz da residência de Boris Johnson disse que o líder do Reino Unido viajou a Kiev para mostrar "solidariedade com os ucranianos" e apresentar um novo pacote de ajuda militar e financeira.
O presidente francês, que está em meio à corrida presidencial contra a candidata de extrema direita Marine Le Pen, teria "ficado furioso" ao discutir com seus assessores o movimento "populista" do primeiro-ministro britânico.
Emmanuel Macron esperava ele próprio ir pessoalmente a Kiev na sua qualidade de líder de fato da União Europeia. Ele também esperava angariar apoio eleitoral adicional para as eleições nacionais.
Contudo, a rápida manobra de Johnson, que provocou aplausos, apanhou Macron desprevenido, diz o jornal francês Le Canard Enchainé.
Criticando os esforços do premiê britânico para ganhar crédito por sua intervenção na Ucrânia, enquanto está sob fogo no Reino Unido devido às festas em Downing Street durante o isolamento da COVID-19, Macron disse:
"É tão irritante ver Johnson ainda ter essa capacidade de se colocar na frente e no centro quando ele realmente não tem feito muito desde o início disto. Johnson apenas 'faz de Johnson' - é populismo. Ele continua repetindo que 'Putin deve falhar', mas não há nada por trás das palavras. Ele não fez grande coisa desde o início disso".
Recentemente, o Parlamento do Reino Unido iniciou uma investigação para determinar se Boris Johson mentiu aos deputados sobre as festas em Downing Street durante o lockdown. O primeiro-ministro também foi recentemente multado pela Polícia Metropolitana por uma festa de aniversário surpresa que sua esposa Carrie organizou para ele em 19 de junho de 2020.
No que muitos críticos veem como um meio de desviar a atenção de suas falhas, Johnson tem se juntado zelosamente a Washington e outros aliados da OTAN para oferecer apoio militar a Kiev e impor sanções contra Moscou por suas ações na Ucrânia.
No contexto da situação atual no território ucraniano, a União Europeia prometeu reduzir a sua dependência da energia russa. Porém, o presidente da França advertiu que a Europa poderá sofrer consequências terríveis no próximo inverno se impuser um embargo ao gás russo.