Para o ministro da Economia do Brasil, o ingresso na OCDE significa "estar bem posicionado neste momento de reconfiguração das cadeias produtivas globais".
Em uma participação on-line em um evento nesta quarta-feira (27), ele destacou as propostas do governo enviadas ao Congresso, como a reforma do Imposto de Renda (IR), que reduziria os tributos cobrados das empresas, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que unifica tributos federais sobre o consumo.
Embora os dois textos estejam parados no Legislativo (em que sofreram diversas críticas), o ministro ressaltou que a proposta de reforma do IR das empresas do governo caminhava na direção da carga de 23,5%, que é a média de tributos cobrados na OCDE, e que haveria tributação sobre lucros e dividendos.
"Se o Brasil está perto e é confiável para [fazer parte da] reconfiguração das cadeias produtivas globais, nós precisamos fazer a nossa reforma tributária. Nós queremos um acesso à OCDE, já estamos na lista", disse Guedes.
Ele criticou, porém, os lobbies em Brasília que impedem o avanço da reforma. "O sistema é disfuncional porque muita gente que tem poder político consegue as isenções. E, por outro lado, muita gente que tem poder econômico prefere brigar na Justiça em vez de pagar", afirmou.
"São impostos progressivos, corretos, que o Brasil não teve coragem de cobrar por três décadas e meia por lobbies empresariais corporativos fortes, que trabalham contra uma reforma que já teve mais de quatrocentos votos na Câmara dos Deputados, mas foi paralisada no Senado", criticou.
O economista também mencionou, segundo informações do jornal O Globo, as propostas que modificam os tributos sobre o consumo, que caminham na direção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
No caso do Brasil, haveria duas camadas: um tributo federal e outro a ser repartido entre estados e municípios sobre lucros e dividendos.