O governo de Israel mantém cerca de 600 palestinos detidos sem acusação ou julgamento, o número mais alto desde 2016, disse o HaMoked, grupo de direitos humanos israelense.
Segundo levantamento publicado nesta segunda-feira (2), em maio de 2022 há 604 cidadãos da Palestina em detenção administrativa em prisões israelenses.
Os chamados detentos administrativos são presos com base em "provas secretas" e sigilosas e não têm como saber das acusações contra eles, não podendo se defender em juízo.
Eles geralmente são mantidos por períodos renováveis de seis meses que muitas vezes levam a anos de detenção.
Enquanto Israel diz que o procedimento permite que as autoridades mantenham suspeitos enquanto continuam a coletar evidências, críticos e grupos de liberdades civis dizem que o sistema fere os direitos humanos.
O grupo HaMoked disse ainda que atualmente 2.441 palestinos estão cumprindo sentenças após serem condenados em tribunais militares. Outros 1.478 estão detidos para interrogatório ou foram acusados e aguardam julgamento.
Segundo informações da Al Jazeera, a última vez que Israel manteve tantos detidos administrativos foi em outubro de 2016, após uma onda de ataques realizados por palestinos que vivem sob ocupação e em meio ao projeto de expansão de assentamentos ilegais de Israel.
Quase três milhões de residentes palestinos da Cisjordânia ocupada estão sujeitos ao sistema de justiça militar de Israel, enquanto os colonos judeus que vivem em assentamentos considerados ilegais respondem em tribunais civis.
Dos milhares de palestinos detidos em prisões israelenses, 160 são crianças e 32 são mulheres, de acordo com os últimos números publicados pelo HaMoked.
A maioria dos palestinos entende que os detidos são prisioneiros políticos por causa da ocupação militar israelense.