No dia 12 de abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou a União Europeia para observar, pela primeira vez, as eleições gerais no Brasil este ano, conforme noticiado.
Entretanto, após reclamações do governo Bolsonaro sobre a presença desse tipo de missão diplomática durante o pleito, o tribunal retirou o convite que havia feito ao bloco europeu, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters nesta terça-feira (3).
Uma das fontes afirmou que foi informada pelo órgão que o pedido de missão da UE "não está mais na mesa". Procurado, o TSE não respondeu de imediato a pedido de comentário, diz a mídia.
No dia 13, um dia após o convite, o Itamaraty expressou resistência, através de um comunicado, à convocação do órgão para observação de membros estrangeiros.
O MRE do Brasil apontou que "no que toca a eventual convite para missão da União Europeia, o Ministério das Relações Exteriores recorda não ser da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte".
Na semana passada, em tom de ironia e após fazer novos ataques ao sistema de votação, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), disse que se quer dar "ar de legalidade" ao processo eleitoral ao convidar observadores internacionais, os quais, segundo ele, ficariam apenas olhando, de acordo com o UOL.
"Que observação é essa? Que legalidade? Com que segurança podem dizer que aconteceu as eleições?", questionou o presidente citado pela mídia.
A possível polarização nas eleições – que envolve não só candidatos de ideologias opostas, mas também um eleitorado dividido entre quem acredita no sistema de urnas eletrônicas e quem pede a volta do voto impresso – coloca em risco um pleito pacífico no país.
Na segunda-feira (2), a Polícia Federal começou a treinar agentes que vão fazer a segurança pessoal dos presidenciáveis durante as eleições no Brasil. No total, 21 policiais ficarão à disposição dos candidatos.