Vladimir Putin, presidente da Rússia, falou por telefone com seu homólogo francês Emmanuel Macron, enfatizando a ele que a União Europeia (UE) está ignorando os crimes de guerra cometidos pelas forças ucranianas, indicou na terça-feira (3) o serviço de imprensa do Kremlin.
"Foi chamada a atenção para o descaso dos Estados-membros da União Europeia sobre os crimes de guerra dos militares ucranianos, o bombardeio maciço de cidades e de localidades em Donbass, o que tem levado à morte de civis", diz o comunicado.
Putin disse que o Ocidente poderia ajudar a terminar as atrocidades dos combatentes ucranianos.
"Foi notado que o Ocidente poderia colaborar para o fim dessas atrocidades aplicando a pressão correspondente sobre as autoridades de Kiev, bem como parando o fornecimento de armas à Ucrânia", relata a declaração.
Putin também delineou a Macron as "abordagens de princípio para a realização das negociações com representantes ucranianos, sublinhando que, apesar da inconsistência e do despreparo de Kiev para um trabalho sério, o lado russo ainda está aberto ao diálogo".
Durante a conversa ainda foi abordada a questão da segurança alimentar global.
"O lado francês expressou preocupação no que toca ao problema emergente da segurança alimentar global. Neste contexto, Vladimir Putin salientou que a situação nesta questão é agravada antes de tudo pelas sanções dos países ocidentais e notou a importância do funcionamento contínuo da infraestrutura global de logística e transporte", continua o comunicado.
Outro dos temas discutidos foi a proteção de civis em Donbass e sua evacuação da fábrica Azovstal em Mariupol.
"Continuou a troca de pontos de vista sobre a situação na Ucrânia. O presidente russo informou sobre o progresso da operação militar especial para proteger as repúblicas de Donbass, incluindo a libertação de Mariupol e a evacuação de civis, retidos por nacionalistas na fábrica Azovstal, em conformidade com o acordo alcançado na reunião de Vladimir Putin com António Guterres, secretário-geral da ONU, em 26 de abril", revela o texto da declaração.