Panorama internacional

Chefe das forças nucleares alerta: aos EUA pode faltar poder nuclear para deter ataques de rivais

O chefe das forças nucleares americanas alertou o Congresso, sugerindo que pode faltar capacidade de Washington para deter ataques de rivais ante ameaças a partir da Rússia e o rápido fortalecimento do armamento estratégico pela China.
Sputnik
"Estamos enfrentando agora uma dinâmica de dissuasão de crises que só vimos poucas vezes na história da nossa nação", disse o chefe do Comando Estratégico (STRATCOM) dos EUA, almirante Charles Richard, em uma reunião no Senado nesta semana. Ele reiterou as preocupações sobre a "dinâmica de dissuasão tripartida", da qual ele alertou os legisladores em março, citando a crise na Ucrânia.
Segundo o militar, a nação americana não enfrentou uma crise como agora na Ucrânia em mais de 30 anos. "O presidente [Vladimir] Putin invadiu simultaneamente uma nação soberana, enquanto usava ameaças nucleares veladas para deter a intervenção dos EUA e da OTAN."
Enquanto isso, os líderes chineses estão observando o conflito ucraniano "de perto e vão provavelmente usar a coerção nuclear em seu prol no futuro", de acordo com suas palavras. "Seu intuito é atingir a capacidade militar para reunificar Taiwan até 2027, se não antes."
Richard avisou várias vezes sobre o fortalecimento nuclear da China e exortou a administração Biden a reconsiderar o financiamento do desenvolvimento de um míssil de cruzeiro nuclear proposto que possa ser lançado a partir de submarinos. Ele reiterou seu pedido nesta quarta-feira (4), dizendo que a crise na Ucrânia aumenta a urgência de reforçar a dissuasão nuclear.
O conflito na Ucrânia e a trajetória nuclear da China "demonstram que temos um fosso de dissuasão e segurança contra a ameaça da utilização nuclear limitada", constatou, acrescentando que as forças nucleares são o "alicerce" da capacidade norte-americana de dissuadir ataques.
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Recentemente, o presidente Joe Biden propôs aumentar em US$ 30 bilhões (R$ 150,85 bilhões) os gastos de defesa do país, para US$ 813 bilhões (R$ 4 trilhões), apesar do fato de Washington já ter superado os restantes dez maiores orçamentos militares do mundo combinados.
O chefe do STRATCOM disse que déficits orçamentários ou mais atrasos no desenvolvimento teriam "consequências operacionais".
"Atrasos no programa de armas nos levaram além do ponto onde é possível mitigar totalmente o risco operacional. Em alguns casos, só nos resta avaliar os danos à nossa dissuasão", resumiu.
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