Uma proibição do petróleo da Rússia pela União Europeia (UE) apenas aumentará suas receitas das vendas do hidrocarboneto, advertiu no sábado (7) o economista e pesquisador da gestora de riqueza Julius Baer ao jornal 20 Minuten.
A UE tem preparado uma sexta rodada de sanções contra a Rússia em meio à sua operação militar especial na Ucrânia, que deverá incluir a proibição de importação de petróleo russo. No entanto, países como a Hungria, Eslováquia e República Tcheca, que têm alta dependência do petróleo da Rússia, já pediram uma prorrogação do prazo para acabar com essas importações.
Norbert Rucker crê que o impacto de um embargo seria "discutível", prevendo um novo acréscimo nos preços do petróleo cru, que aumentaram até US$ 120 (R$ 609) por barril, e consequentemente subindo as receitas da Rússia. Ele sugeriu que uma melhor alternativa para enfraquecer Moscou seria a imposição de tarifas punitivas.
"A grande questão agora é se o Ocidente está colocando pressão na China e na Índia; então o embargo teria um efeito muito maior", sublinhou o analista suíço, acrescentando que tal passo tornaria difícil à Rússia encontrar compradores para vender seus recursos energéticos.
"O embargo apenas afeta a Suíça indiretamente", notou Rucker, referindo que a maior parte do petróleo do país vem de refinarias europeias. Ao mesmo tempo, "um novo aumento nos preços do petróleo devido ao embargo também seria sentido na Suíça", disse.