"É hora da UE, que se afastou de seus princípios fundadores e esteve sob a influência das políticas de curto prazo dos países-membros nos últimos anos, escrever uma história para si mesma com o conflito na Ucrânia", disse Erdogan em mensagem publicada no seu boletim diário, chamado Europe Day.
Segundo Erdogan, o conflito na Ucrânia deve servir de alerta para a UE, uma vez que aponta para a necessidade de solidariedade e cooperação.
Erdogan acrescentou que o processo de obtenção do status de membro pleno da UE — que a Turquia continua cumprindo pacientemente "apesar de todos os tipos de obstáculos" — deve ser incentivado com uma abordagem construtiva.
O presidente turco disse ainda que seu país não é apenas um candidato ao bloco e um aliado da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) mas também um parceiro com fundamentos sólidos e larga experiência adquirida em assuntos europeus.
"[A Turquia] tem feito contribuições concretas para a superação dos atuais desafios. As repercussões do conflito na Ucrânia, que alcançaram um nível global, têm reafirmado como a Turquia é de importância estratégica para a UE em diversas áreas, como segurança, imigração, cadeias de abastecimento e energia, em particular", escreveu Erdogan.
Depois de apresentar um pedido formal à UE em 1987, a Turquia esperou até 1999 para obter o estatuto de país candidato.
As negociações sobre a adesão começaram apenas seis anos depois, em 2005, mas desde então o processo parece ter se estagnado.
Em 2019, as negociações UE–Turquia foram encerradas depois que Bruxelas acusou Ancara de oprimir a mídia livre e a sociedade civil no país.
No fim de março deste ano, Erdogan levantou a questão do prolongado processo de adesão da Turquia à UE, dizendo que as negociações sobre a adesão de Ancara deveriam ser aceleradas para "conceder à Turquia o lugar que merece".
Coincidindo com as comemorações da vitória sobre a Alemanha nazista na Rússia, em 9 de maio (nesta segunda-feira), o Dia da Europa comemora a Declaração Schuman, feita pelo ministro das Relações Exteriores da França Robert Schuman em 1950. O plano envolvia colocar as indústrias de carvão e aço da França e da Alemanha Ocidental sob o controle de uma única autoridade e é visto como um ponto de partida para a integração europeia após o término da Segunda Guerra Mundial.
Em 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma operação militar na Ucrânia depois que as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) pediram ajuda para se defenderem das tropas ucranianas.
Moscou informou que o objetivo da ação é "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho. Somente alvos militares estão sob a mira das tropas da Federação da Rússia.
O Kremlin informou em diversas ocasiões que não tem planos de ocupar a Ucrânia.