A ONU discutirá na próxima quinta-feira (12), em caráter emergencial, os possíveis "crimes de guerra" cometidos na Ucrânia. O governo brasileiro não assinou essa proposta, apresentada por cerca de 60 países.
O Itamaraty garante, segundo informações do portal UOL, que não fará oposição à realização do encontro, mas defende que mais tempo seja dado para que investigações independentes sejam realizadas.
O pedido para a reunião de emergência é liderado por Kiev e alguns países europeus. O projeto conseguiu apoio suficiente para que o Conselho de Direitos Humanos da ONU convocasse a discussão para quinta-feira (12).
O objetivo será analisar as denúncias de supostos "crimes de guerra" por parte da Rússia e aprovar uma resolução condenando o presidente Vladimir Putin.
Para que o encontro de emergência fosse estabelecido, a proposta precisava da sanção de um terço dos 47 membros do Conselho. O número mágico foi atingido ontem (9), apesar da oposição de China, Índia e África do Sul (todos membros do BRICS).
Ao UOL, o Itamaraty explicou sua posição. "No entendimento brasileiro, a realização de uma sessão especial sobre a Ucrânia se beneficiaria de mais tempo para o adequado transcurso das investigações sobre as violações de direitos humanos no país", disse.
Segundo a nota, o Brasil tem "favorecido o debate sobre a situação na Ucrânia nos órgãos multilaterais, em particular no âmbito das Nações Unidas, onde temos apoiado iniciativas e resoluções sobre o tema".
A publicação reforça que esse cenário repete o esforço do Brasil em manter um equilíbrio delicado no conflito da Ucrânia.
O Brasil não apoiou a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos e se absteve em outras resoluções que estabeleciam medidas contra Moscou.
Nas últimas semanas, os governos dos EUA e do Reino Unido têm elevado a pressão sobre o Brasil para que o país passe a fazer parte dos Estados que apoiam um isolamento diplomático de Putin.