O Departamento de Estado dos EUA reorganizou recentemente as seções sobre Taiwan no seu portal oficial, com as páginas do órgão governamental norte-americano movendo e reescrevendo partes relativamente à sua relação com a China.
Assim, na última terça-feira (3) a Folha de Dados das Relações dos EUA com Taiwan ainda afirmava inequivocamente que "os Estados Unidos não apoiam a independência de Taiwan", de acordo com o Wayback Machine, um portal de arquivo que armazena caches de páginas da web de datas específicas.
Um sinal muito preocupante da direção que os EUA estão tomando.
O Departamento de Estado retirou de seu portal o fato de reconhecerem que Taiwan faz parte da China (sob o governo da RPC [República Popular da China]) e que não apoiam a independência de Taiwan.
Esquerda: 3 de maio. Direita: hoje, 8 de maio.
No entanto, na última semana a parte sobre suas "robustas relações não oficiais" com Taipé, logo no início da seção, foi deslocada para a página oficial de Taiwan no portal. Já a posição dos EUA na Folha de Dados está agora encoberta em linguagem diplomática vaga em vez de afirmar claramente que os EUA não apoiam a independência do território autogovernado.
"Os Estados Unidos têm uma política de longa data em relação à China, que é guiada pela Lei das Relações de Taiwan, os três Comunicados Conjuntos EUA-China e as Seis Garantias", indica atualmente o portal.
Anteriormente, a página explicava sua importância em termos diferentes:
"O Comunicado Conjunto EUA-RPC de 1979 mudou o reconhecimento diplomático de Taipé para Pequim. No Comunicado Conjunto, os Estados Unidos reconheceram o Governo da República Popular da China como o único governo legal da China, reconhecendo a posição chinesa de que existe apenas uma China e Taiwan é parte da China. O Comunicado Conjunto também declarou que o povo dos Estados Unidos manterá relações culturais, comerciais e outras relações não-oficiais com o povo de Taiwan", afirmava a versão anterior.
Os comunicados sustentam as relações EUA-China em um nível muito básico: Pequim não tem relações com países que não reconhecem sua pretensão de ser o único representante legítimo do povo chinês, o que significa que Taiwan é uma província chinesa rebelde que está destinada a se reunificar com o continente. Antes de 1979, os EUA apenas reconheciam a República da China em Taipé, e foram necessários quase sete anos de diplomacia cuidadosa para tornar possível a nova política oficial de Uma Só China.
Os EUA continuaram apoiando informalmente Taiwan após 1979 através do Instituto Americano em Taiwan e do Escritório de Representação Econômica e Cultural de Taipé nos EUA (TECRO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que funcionam como suas respectivas embaixadas não-oficiais. As relações são regidas pela Lei das Relações de Taiwan, de 1979.