O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente chinês, Xi Jinping, discutiram a Ucrânia e os riscos de uma crise alimentar global causada pelo conflito com a Rússia em uma conversa telefônica nesta terça-feira (10).
Pela segunda vez em dois dias, Xi pediu aos europeus que tomem suas questões de segurança "pelas próprias mãos".
O líder chinês aprofundou sua insistência em que os europeus devem assumir a responsabilidade por sua segurança, fala que foi interpretada pelo South China Morning Post como um golpe velado nos Estados Unidos e na influência norte-americana na Europa.
De acordo com um comunicado do governo chinês, o país "tem promovido negociações de paz à sua maneira e apoia os países europeus a tomar a segurança europeia em suas próprias mãos".
"Devemos estar particularmente vigilantes contra a formação de um confronto de grupo, que representará uma ameaça maior e mais duradoura à segurança e estabilidade globais", disse o presidente da China.
Comentários semelhantes foram feitos também em uma videoconferência com o chanceler alemão, Olaf Scholz, na segunda-feira (9).
No esteio desse posicionamento, o principal funcionário de Pequim para a Europa, Wang Lutong, publicou em suas redes sociais no último fim de semana que "com o conflito na Ucrânia acontecendo em solo europeu, a Europa é a primeira e a mais prejudicada. Os EUA, no entanto, estão arrecadando bilhões com o aumento do comércio de armas e vendas de petróleo e gás".
Durante a conversa com Emmanuel Macron, os líderes concordaram ainda com a necessidade de um cessar-fogo rápido na Ucrânia, principalmente em função da crise global nas cadeias de produção, com impactos inflacionários no mundo inteiro.