Na manhã desta quarta-feira (11), foi anunciada a troca de chefia no Ministério de Minas e Energia com a exoneração de Bento Albuquerque e a chegada de Adolfo Sachsida, conforme noticiado.
A notícia já repercutiu na Petrobras e a avaliação da estatal é que Bento Albuquerque era o último entrave para a adoção de uma política de controle de preços, segundo o jornal Valor Econômico.
O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, que havia sido braço direito do ex-ministro, o havia convencido de que a companhia não poderia ceder à pressão do presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, Coelho concedeu algumas declarações na semana passada dizendo que o presidente "entendeu o preço do mercado" e não havia interferido na petrolífera.
No entanto ontem (10), Coelho passou o dia em Brasília acompanhado de sua assessoria jurídica, e que entre o Palácio do Planalto e o Ministério da Economia transitaram minutas de uma proposta legislativa para dar forma legal a este controle.
De acordo com a mídia, ainda não está claro como esta norma jurídica, ainda que na forma de um projeto de lei, se sobreporia à Lei das Estatais e ao próprio estatuto da Petrobras. O fato é que Bolsonaro, relata o jornal, está obcecado pela ideia de segurar o preço para garantir seu segundo mandato.
Já na estatal, a preocupação maior é com o efeito dessa contenção não apenas sobre o caixa da empresa, mas também com o possível desabastecimento do diesel. Sem importação, o combustível pode faltar no mercado antes do primeiro turno das eleições.
O jornal afirma que o novo ministro, Adolfo Sachsida, ex-assessor especial de Estudos Econômicos, é um bolsonarista convicto, e a expectativa em Brasília é a de que, assim como o ministro Paulo Guedes, Sachsida também estaria convencido da necessidade de salvar a reeleição do presidente.