O rublo russo retomou seu avanço contra o dólar americano nesta quarta-feira (11) enquanto a Bolsa de Moscou reabriu após dois dias de feriados nacionais. Está agora acima de 11 pontos percentuais em relação ao dólar dos EUA desde o início do ano, ultrapassando o avanço do real de 9%, tornando-se o maior ganhador entre as 31 moedas principais acompanhadas pela Bloomberg. A taxa no estrangeiro aumentou ainda mais, cerca de 12%, segundo os dados da agência.
O avanço do rublo resulta de uma série de medidas tomadas pelo governo russo a fim de proteger a moeda nacional agitada pelas sanções ocidentais. Além de impor controles de capital, a Rússia forçou os exportadores a vender divisas e está exigindo que seu gás natural seja pago em rublos. Os estrategistas dizem que essa recuperação não é credível porque muitas casas de câmbio pararam de negociar o rublo, alegando que o seu valor visto em monitores não é o preço que pode ser negociado no mundo real.
A Bloomberg aponta que a ironia do avanço de rublo durante o conflito na Ucrânia é digna de nota, especialmente porque outros países que impuseram controle de capitais recentemente não atingiram os mesmos resultados. A Turquia e Argentina tentaram medidas semelhantes quando enfrentaram uma enorme quantidade de vendedores nos últimos anos, com consequências desastrosas para a lira e o peso, que atingiram mínimos de todos os tempos e nunca se recuperaram.
O rublo ocupou o lugar do real como a moeda com o melhor desempenho no mundo, à medida que as restrições monetárias que pesam na moeda brasileira estão sendo afrouxadas. Após ter aumentado a taxa referencial em 1.075 pontos básicos desde o início de 2021, as autoridades da nação latino-americana sinalizaram uma desaceleração no ritmo de crescimento do real, bem como a sua intenção de encerrar o ciclo em breve.
Enquanto a carga do real permanecerá alta, a diferença para as taxas americanas provavelmente diminuirá à medida que a Reserva Federal continua aumentando os custos de empréstimos em um ritmo agressivo.