Berna liberou quase US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 17,1 bilhões) em ativos russos no mês passado, que foram congelados sob novas sanções, indica um relatório recente da Secretaria de Estado da Suíça para Assuntos Econômicos (SECO, na sigla em inglês).
Depois de apreender várias contas russas adicionais no valor de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 11,1 bilhões), as contas mostram uma redução líquida de US$ 1,17 bilhão (aproximadamente R$ 5,9 bilhões) no total de ativos congelados em comparação com 7 de abril, demonstrando que cerca de US$ 3,4 bilhões foram liberados no mesmo período. Os bancos suíços estão atualmente mantendo US$ 6,33 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) em ativos russos bloqueados.
Referindo-se a esses ativos desbloqueados, o alto funcionário da SECO, Erwin Bollinger, explicou que algumas das contas congeladas foram liberadas devido à falta de evidências demostrando que pertenciam a uma entidade sancionada.
"Não podemos congelar fundos se não tivermos motivos suficientes [...] A quantidade de ativos congelados não é uma medida de quão efetivamente as sanções estão sendo implementadas", disse Bollinger.
A Suíça enfrentou pressão de outros países ocidentais que aplicaram sanções à Rússia após o início da operação militar especial na Ucrânia, em 24 de fevereiro. O país é considerado um dos principais detentores de ativos empresariais russos.
Berna negou veementemente as alegações de ter permitido que suas leis de sigilo protegessem dinheiro russo supostamente pertencente a aliados do presidente Vladimir Putin. Em um telefonema com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o presidente suíço Ignazio Cassis exigiu recentemente que os EUA corrijam "essa impressão enganosa imediatamente".