"Os EUA estão sendo atraídos cada vez mais para um conflito com as consequências mais imprevisíveis para as duas potências nucleares", disse Antonov ao programa Soloviev Live.
Antonov disse que a Rússia e os EUA são as duas potências responsáveis pela segurança no mundo e avaliou a situação como "alarmante" porque Washington está fornecendo armas cada vez mais poderosas à Ucrânia, o que provoca uma retaliação de Moscou.
O diplomata acrescentou que a política dos EUA também tornou a Europa mais dependente de Washington, especialmente com o congelamento do projeto Nord Stream 2.
"Esforços tremendos foram feitos pelos americanos para quebrar o projeto NS1 [Nord Stream 1], e finalmente eles conseguiram. O projeto NS2 [Nord Stream 2] acabou de desligar. Quem ganhou? Claro, os EUA, quem impor seu gás natural liquefeito ao mundo a preços altos. A Europa se tornou mais dependente de Washington", acrescentou Antonov.
O Nord Stream 2 é um projeto de gasoduto com capacidade para transportar 55 bilhões de metros cúbicos por ano, permitindo o trânsito de gás da Rússia até a Alemanha através do mar Báltico.
Tanto os Estados Unidos quanto a Ucrânia se opuseram fortemente ao projeto.
Moscou pediu aos países ocidentais para que parassem de politizar o lançamento do Nord Stream 2, argumentando que é um projeto comercial benéfico tanto para a Rússia quanto para a União Europeia.
A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, depois que as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) pediram ajuda para se defender dos ataques perpetrados pelas forças ucranianas.
Desde então, os aliados da Ucrânia têm fornecido assistência financeira e armas a Kiev e introduzido uma miríade de sanções econômicas e ideológicas contra Moscou.
Pela primeira vez, as restrições incluem a desconexão parcial da Rússia do sistema SWIFT, o congelamento de suas reservas internacionais, o embargo à importação de alguns agentes de energia, bem como o fechamento de espaço aéreo, portos e estradas para transportadoras russas.
De acordo com o banco de dados Castellum.AI, a Rússia é agora o país mais atingido pelas sanções, à frente do Irã, Síria, Coreia do Norte e Venezuela.
Desde meados de fevereiro, mais de 7.600 novas medidas restritivas foram ativadas em relação à Rússia, além das mais de 2.750 que já estavam em vigor.
Centenas de empresas anunciaram desde o final de fevereiro a decisão de suspender seus negócios com a Rússia e dentro do país.