O ingresso de Finlândia e Suécia na aliança militar ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (17), após a divulgação, pela Bloomberg, de uma lista de exigências da Turquia à OTAN.
A lista de demandas inclui a remoção das sanções impostas ao governo turco pela compra de sistemas de defesa antimísseis S-400 da Rússia, bem como a reinclusão do país no programa de aeronaves avançadas F-35.
No domingo (15), a Finlândia e a Suécia anunciaram oficialmente sua intenção de ingressar na OTAN após a operação militar russa em andamento na Ucrânia.
Para tornar isso possível, todos os membros da aliança teriam que apoiar unanimemente a proposta.
Foguete é lançado de um sistema de mísseis S-400 na base militar de Ashuluk, no sul da Rússia, em 22 de setembro de 2020. Foto de arquivo
© AFP 2023 / DIMITAR DILKOFF
A Turquia, no entanto, rejeitou o ingresso de Helsinque e Estocolmo. Segundo Ancara, os dois países nórdicos não têm uma posição clara sobre o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O PKK, segundo o governo turco, é uma organização terrorista e uma força paramilitar que opera no sul e no leste da Turquia e busca mais autonomia ou mesmo independência total do controle de Ancara.
De acordo com a Turquia, a Finlândia e a Suécia, até agora, rejeitaram seus pedidos para extraditar um total de 33 suspeitos de ligação com o PKK e o movimento Gulen, que, segundo o governo de Recep Tayyip Erdogan, estavam por trás da tentativa fracassada de golpe realizada em 2016.
Além disso, a Finlândia e a Suécia têm um histórico de concessão de asilo político a pessoas como curdos étnicos vindos da Turquia, algo que Ancara considera inaceitável.
Curdos com bandeiras do PKK em Istambul, Turquia. Foto de arquivo
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As fontes da Bloomberg, sob condição de anonimato, acrescentaram que a lista de desejos da Turquia é longa.
Eles citam um pedido pendente aos EUA para compra de dezenas de aviões de guerra F-16 e peças de reposição para a frota existente.
As fontes da agência de notícias, no entanto, refutaram as sugestões de que as objeções turcas estavam de alguma forma relacionadas aos laços de Ancara com Moscou.
Nos últimos dias, a Rússia alertou Helsinque e Estocolmo contra a adesão ao bloco e prometeu uma resposta apropriada caso criem ameaças.