O "medo" de um boicote generalizado à Cúpula das Américas é uma preocupação na Casa Branca, conforme informou a Reuters nesta sexta-feira (20).
Washington se esforça para impedir que a ausência de chefes de Estado possa ser potencialmente embaraçosa, situação que poderia prejudicar a imagem do presidente dos EUA no continente.
Citando fontes, a publicação sustenta que o governo norte-americano, diante da pressão latina, discute convidar um representante cubano para a cúpula que acontece no próximo mês, em Los Angeles.
Embora a discussão esteja em um estágio inicial, e nenhuma decisão tenha sido tomada, os assessores do presidente Joe Biden avaliam convidar alguns líderes que são desafetos do governo dos EUA.
As autoridades norte-americanas se recusaram a dizer quais países estavam na lista ou se os líderes de Cuba, Venezuela e Nicarágua seriam, de fato, excluídos.
Um número crescente de líderes, incluindo o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, ameaçou boicotar o encontro, a menos que todos os países da região possam participar.
López Obrador disse na semana passada que não iria se Cuba, Nicarágua e Venezuela não fossem convidados. Seu colega boliviano, o presidente Luis Arce, seguiu o exemplo.
O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, disse que não compareceria, um dia depois que os Estados Unidos criticaram a renomeação de um procurador-geral que vincula à corrupção.
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse na quarta-feira (18) que seu governo "não estava interessado" em participar.
A perspectiva para o presidente brasileiro Jair Bolsonaro é semelhante. Segundo informações da CNN, a diplomacia brasileira defende a ida de Bolsonaro ao evento, mas negocia com os americanos que uma eventual presença de Bolsonaro na Cúpula das Américas deva ter como contrapartida uma agenda bilateral dele com Biden.
O governo Biden sinalizou há semanas que poderia excluir os governos de Cuba, Nicarágua e o presidente venezuelano Nicolás Maduro, dizendo que eles não respeitavam a democracia.
Mas, diante da reação dos países da América Latina e do Caribe, a Casa Branca adiou o envio de convites e se recusou a divulgar uma lista de participantes.