Panorama internacional

Analistas explicam como o conflito na Ucrânia estimulou a produção de navios militares na China

Publicação afirma que estaleiros estão correndo para completar o porta-aviões e outros navios de guerra atrasados ​​​​pela pandemia.
Sputnik
O conflito na Ucrânia aumentou o senso de urgência de Pequim para se preparar para qualquer mudança no "status quo" de Taiwan, avaliaram analistas consultados pelo South China Morning Post.
A partir de imagens da "corrida chinesa" para entrega de navios militares, eles falaram sobre os "intensos esforços" da China para retomar seu cronograma de construção naval militar, atrasado em razão da pandemia.
O maior exemplo da situação é a entrega do porta-aviões Type 003, que perdeu sua data de lançamento em 23 de abril, o 73º aniversário da Marinha. Também há atrasos em outros navios de guerra.
O trabalho no Type 003 foi reiniciado no estaleiro Jiangnan, em Xangai, no final de abril, com medidas rigorosas de gerenciamento de pandemia para seus quase 4 mil funcionários.
Destróier chinês, Type 052D.. Foto de arquivo
O observador militar de Hong Kong, Liang Guoliang, disse que há cinco navios sendo construídos. Entre eles, o Type 052DL, uma versão atualizada do Type 052D, com um deck mais longo e um sistema de radar mais avançado.
Segundo ele, o Type 093, que também passará por transformações, provavelmente será uma versão maior e mais sofisticada, com um poderoso sistema de lançamento vertical (VSL).
A Marinha da China planeja construir pelo menos quatro grupos de ataque de porta-aviões até 2030, para se tornar a segunda maior marinha moderna do mundo, depois dos EUA.
Ni Lexiong, especialista da Universidade de Ciência Política e Direito de Xangai, disse que o conflito na Ucrânia expôs a vulnerabilidade de algumas armas utilizadas pelo Exército chinês, "pois foram herdadas ou copiadas" do Exército da União Soviética.
Porta-aviões chinês Liaoning do Exército de Libertação Popular (ELP) da China.. Foto de arquivo
Segundo ele, "como os Estados Unidos estão ocupados ajudando os ucranianos a se defenderem", Washington e Taipé estão preocupados que Pequim possa aproveitar a crise em curso para atacar Taiwan.
O especialista alertou também sobre os riscos de uma expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para "a região da Eurásia".
Ni Lexiong disse que a crise na Ucrânia agravou a profunda desconfiança política entre Pequim e Washington, principalmente por causa da "decisão do presidente Joe Biden de manter as políticas anti-Pequim de seu antecessor e fortalecer os laços militares, diplomáticos e econômicos com Taipé".
De acordo com Ni, os crescentes engajamentos entre Taipé e Washington, especialmente as recentes promessas dos EUA de vender armas mais avançadas para a ilha, "só deixaram a China mais nervosa".
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Forças naval e aérea da China conduzem manobras nas águas a leste e sudoeste de Taiwan
A Marinha chinesa deve expandir sua frota para 420 navios nos próximos quatro anos, depois para 460 até 2030. Foram encomendados pelo menos 28 navios no ano passado, em comparação com sete da Marinha dos EUA.
O pedido chinês inclui três cruzadores Type 055, o segundo maior destroier do mundo, além de outras embarcações avançadas.
"Todos os sinais mostram que Pequim vai promover tecnologias e talentos de construção naval, uma campanha industrial muito semelhante ao que os EUA fizeram após a Segunda Guerra Mundial, que abriu o caminho para o país se tornar a superpotência número um do mundo", disse Lu Li-shih, ex-instrutor da Academia Naval de Taiwan.
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