"Quem mais do que ninguém quer que a Suécia e Finlândia se juntem à OTAN? Os EUA, que têm planos para cercar a Rússia no norte do Báltico. Assim, tendo em conta o desejo e o encorajamento dos EUA à adesão destes países à OTAN, a Turquia deve, em primeiro lugar, conduzir um diálogo com os EUA sobre esta questão", disse Baburoglu neste domingo (22) em uma entrevista ao jornal Sozcu.
"Mesmo que isso leve 20 anos, a Turquia deve usar seu poder de veto sobre a adesão da Suécia e Finlândia à OTAN", acrescentou o especialista militar turco.
De acordo com ele, esta carta estratégica que hoje está nas mãos de Ancara só cai a cada 30-40 anos e deve ser usada para forçar todos os países da OTAN, não apenas a Suécia e a Finlândia, a reconhecer o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), proibido na Turquia, como organização terrorista. Mas, primeiro, devem ser os EUA a fazê-lo, observou o general aposentado.
"Se os EUA pararem de apoiar o PKK/YPG [milícia curda Unidades de Proteção Popular], outros países vão segui-los. Neste caso, o principal interlocutor da Turquia devem ser os EUA, e depois a Suécia e a Finlândia. A Turquia deve dizer: não temos problemas com o alargamento da OTAN, mas vocês, os EUA estão agindo contra os valores do acordo da aliança", disse Baburoglu.
No entanto, ele acredita que isso não é suficiente. "Junto com a Turquia, a OTAN tem mais 29 países que devem incluir o PKK/YPG na lista de organizações terroristas. Até que estas condições sejam cumpridas, a possível extradição pela Suécia ou Finlândia de alguns representantes de organizações terroristas, a recusa da Suécia em apoiar o PKK/YPG e as promessas dos EUA [de vender caças] F-16 não serão suficientes para a Turquia reconsiderar a sua posição em relação ao veto sobre a adesão de novos membros à OTAN”, concluiu o ex-representante turco na Aliança Atlântica.
Nesta segunda-feira (16), o presidente, Recep Tayyip Erdogan, disse que a Turquia não pode dizer "sim" à adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN, acrescentando que tal é "impossível".