Os avanços foram anunciados durante a visita do presidente polonês, Andrzej Duda, a Kiev.
"Não deveria haver fronteiras nem barreiras entre nós. As nações ucraniana e polonesa não estão separadas mentalmente há muito tempo. Assim, acordamos pôr isso em um futuro próximo no acordo bilateral correspondente. Primeiro sobre o controle fronteiriço e aduaneiro conjunto e, mais tarde, sobre a fronteira condicional, quando a Ucrânia se tornar membro da União Europeia", anunciou o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, ao discursar na Suprema Rada, parlamento da Ucrânia.
Em mensagem à nação gravada posteriormente, Zelensky ressaltou que esse passo "está revolucionando a ordem" na fronteira ocidental da Ucrânia, dado que acelerará significativamente as rotas, acabando com "a maioria dos riscos de corrupção". O presidente ucraniano sublinhou também se tratar do início da integração de Kiev no espaço aduaneiro comum da UE.
Por sua vez, Duda constatou em seu discurso ante a Suprema Rada que só a Ucrânia deve decidir o futuro dela. "Nada sobre você sem você", acentuou. Além do mais, instou igualmente à celebração de um novo acordo de boa vizinhança que ponha em evidência a evolução das relações entre Kiev e Varsóvia "nos últimos meses" em meio ao atual conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
Status jurídico especial para os poloneses na Ucrânia
Entre outros êxitos alcançados durante a visita de Duda, destaca-se a decisão da Ucrânia de conceder aos cidadãos poloneses um status jurídico especial. Zelensky explicou que está sendo preparado um projeto preliminar de lei que seja um reflexo das medidas adotadas por Varsóvia para os refugiados ucranianos que aproveitam de fato e de jure as mesmas oportunidades que os locais.
"Que assim seja para que os cidadãos da Polônia nunca tenham de usar uma lei como esta, mas mostramos a nossa gratidão e o nosso respeito", afirmou Zelensky.
Segundo os últimos dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mais de 6,4 milhões de ucranianos fugiram do seu país desde o início da operação militar russa. A Polônia ocupa o primeiro lugar no fluxo de refugiados ucranianos, já tendo recebido mais de 3,4 milhões de pessoas.