Após o anúncio do presidente turco da realização de uma operação militar em sua fronteira com a Síria, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, convocou uma coletiva para criticar a iniciativa.
Para o governo norte-americano, "qualquer nova ofensiva no norte da Síria prejudicaria a estabilidade regional e colocaria as tropas dos EUA em risco".
"Estamos profundamente preocupados com relatos e discussões sobre o potencial aumento da atividade militar no norte da Síria e, em particular, com o impacto sobre a população civil da região", disse Ned Price, segundo a Reuters.
"Reconhecemos as preocupações legítimas de segurança da Turquia na fronteira sul do país, mas qualquer nova ofensiva prejudicaria ainda mais a estabilidade regional", pontuou.
Os Estados Unidos esperavam que a Turquia cumprisse "sua palavra" após a declaração conjunta de Washington e Ancara em outubro de 2019. Na época, o governo turco prometeu suspender operações ofensivas no nordeste da Síria, disse Price.
Erdogan disse na segunda-feira (23) que Ancara lançará em breve novas operações militares ao longo de suas fronteiras ao sul para criar zonas seguras de 30 quilômetros.
A operação provavelmente terá como alvo o norte da Síria, onde a Turquia lança ações militares desde 2016 para minar as Unidades de Defesa do Povo Curdo (YPG), uma ramificação síria armada do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A Turquia entende ambos os grupos como uma única entidade terrorista. Seus aliados da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pensam diferente e sustentam que apenas o PKK é uma organização terrorista.