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Sobe para 22 o número de mortos em operação da PM, PF e PRF no Rio de Janeiro

A operação conjunta entre a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, uma das 13 comunidades do Complexo da Penha, na Zona Norte da capital fluminense, deixou ao menos 22 mortos e sete feridos nesta terça-feira (24).
Sputnik
De acordo com informações do jornal Extra, ao menos dez dos mortos são considerados suspeitos de envolvimento com atividades criminosas. Um policial civil deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas após ser ferido com estilhaços no rosto enquanto fazia perícia no local.
Uma moradora, identificada como Gabrielle Ferreira da Cunha, de 43 anos, foi baleada e morta durante a madrugada. Seu corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
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Onze escolas da região foram fechadas.
Desde a madrugada, agentes das três forças de segurança faziam patrulhamento na comunidade. De acordo com informações da PMERJ, a operação foi encerrada no fim da tarde de hoje (24).
Na versão da polícia, o objetivo era prender três chefes do Comando Vermelho (CV), maior facção do tráfico de drogas do Rio, que estariam escondidos no local. A PM não informou se realizou a prisão dos procurados.
Mais cedo, o porta-voz da corporação, Ivan Blaz, disse que o número de mortos pode ser ainda maior devido a alguns confrontos terem ocorrido em zonas de mata.

"Como tem confronto em área de mata, é difícil precisar se há ou não mais mortos. Tem mata fechada, pouca visualização do oponente, e pode ter criminosos feridos, como no Salgueiro, que só apareceram depois. Essa é a realidade. Vamos usar a aeronave nas buscas. Mas é provável que outras pessoas possam aparecer feridas ou mortas. Sabemos que quem são vitimados são os jovens. Não se vê cabeças [chefes] trocando tiros. Provavelmente nós teremos criminosos de raia miúda. Buscamos por criminosos de outros estados", declarou.

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Segundo informações do jornal O Globo, 21 corpos foram deslocados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas e serão encaminhados ao IML para exumação.
A publicação acrescentou que, para a remoção, dois caminhões cadavéricos da Defesa Civil foram mobilizados. Devido à quantidade de corpos, duas viagens de cada veículo devem ser feitas.
Corpo de um dos mortos em operação policial conjunta na Vila Cruzeiro, em 24 de maio de 2022
O advogado Gilberto Santiago, da Comissão de Direitos Humanos da Associação Nacional da Advogados Criminalistas, descreveu o cenário da comunidade como de guerra e afirmou que socorreu um dos baleados.

"Lá em cima está em um cenário de guerra, com sangue na rua, carros largados com portas abertas e barricadas. Eu vi três baleados ao todo, mas apenas um, Nathan Werneck, que morreu no hospital, pediu para ser socorrido", afirmou.

Na tarde desta terça-feira (24), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Mprj) divulgou uma nota afirmando que abriu um procedimento para investigar a atuação da PM na Vila Cruzeiro.
O Ministério Público Federal (MPF) também investigará a participação dos agentes da PRF e da PF na operação.
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