Nesta sexta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que concedeu perdão ao deputado federal, Daniel Silveira (União Brasil), para "dar exemplo ao Supremo Tribunal Federal [STF]".
"Não pude ver um cidadão ser condenado a nove anos de cadeia, a começar no regime fechado, ter o mandato cassado, tornar-se inelegível e ser multado por ter se expressado. Não interessa o que ele falou. [...] Exerci o meu poder dentro das quatro linhas até para dar exemplo ao STF assinando a graça. Nós devemos respeitar os outros poderes, nunca temer", afirmou o mandatário citado pelo UOL.
Entretanto ontem (26), o presidente afirmou que tem "pouco contato" com o deputado.
"Falam deputado bolsonarista, mas eu tenho pouco contato com o Daniel. Sabia que era do Rio de Janeiro, cabo da PM, tinha suas posições, falou coisas, no meu entender, que não gostaria de ouvir dele. Agora, nove anos de cadeia começando regime fechado, cassação de mandato, inelegibilidade e multa é abuso."
Apesar da declaração, a mídia afirma que o chefe do Executivo recebe Silveira com frequência no Palácio do Planalto. Na última quarta-feira (25), ele foi flagrado na entrada de um elevador da sede da presidência. Questionado, não quis responder se teria encontro com o presidente, mas subiu até o terceiro andar, onde fica o gabinete de Bolsonaro.
Desde que recebeu o indulto do mandatário, Silveira não cumpre as demais medidas cautelares impostas pelo STF, como o uso da tornozeleira eletrônica. Ao todo, ele já foi multado em R$ 645 mil.