A missão naval que a União Europeia (UE) cogita lançar para transportar grão da Ucrânia implicaria um grande risco para as forças europeias, escreveu no sábado (28) o jornal El País.
Em particular, a missão, "originada na política comum de segurança e defesa", incluiria escoltas de proteção no mar Negro para navios de carga cheios de grãos armazenados no porto de Odessa.
"A operação naval para tirar o grão ucraniano suporia um risco extremo de possível fricção ou choque militar com a Marinha russa", explicou o jornal, citando fontes da UE.
Além disso, há dificuldades diplomáticas, como a própria entrada de navios europeus no mar Negro feita através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, que são controlados pela Turquia sob a Convenção de Montreux, assinada em 1936.
A recusa da Turquia em impor sanções à Rússia e sua rejeição incondicional da adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN levantaram igualmente preocupações sobre a possibilidade de uma decisão favorável. Ao mesmo tempo, uma fonte assegurou que Ancara "daria permissão" para a ação, pois se trata de uma operação humanitária, e não militar.
Apesar dos riscos de tal missão, El País sublinha que Bruxelas vê uma crescente necessidade de intervir diante do "pavor" da crise alimentar que se aproxima em países dependentes das exportações ucranianas.
"O debate sobre uma missão da política de segurança e defesa comum é inevitável", disse uma das fontes à mídia.
Segundo El País, a medida será discutida em uma cúpula da UE na segunda-feira (30) e terça-feira (31) em Bruxelas.