Na semana passada, os EUA identificaram a Noruega entre os países fornecedores de armamento pesado a Kiev e agradeceram por sua contribuição.
Enquanto as autoridades norueguesas, por razões de segurança, não confirmaram nem refutaram a informação, diversas mídias, inclusive o jornal Klassekampen, identificaram as armas em questão como obuseiros autopropulsados da classe M109, a contribuição de armas mais pesada pela Noruega até agora, com alcance de 30 km.
Wilhelmsen qualificou de "lógicas" as entregas de armas, mas ao mesmo tempo avisou sobre os riscos de escalada.
"Precisa estar ciente de que a contribuição da Noruega está naturalmente incluída em um maior investimento por parte dos EUA, que envia armas cada vez mais pesadas – em maior escala. Pode ser mais do que permitir que a Ucrânia se defenda", afirmou a analista em entrevista ao Klassekampen.
A especialista apontou que o conflito pode mudar sua natureza de local para um entre superpotências. Ela relembrou que a administração americana tinha declarado seu objetivo de enfraquecer a Rússia e que algumas vozes, incluindo do presidente Joe Biden, acreditam que a mudança de poder no Kremlin é desejável. Ela disse que não poderia descartar que tais metas possam estar por trás da contribuição dos EUA para a Ucrânia.
Ela ressaltou ainda que no momento atual "ninguém parece interessado em negociações" e, consequentemente, supôs que o Kremlin "pode agir violentamente" se acreditar que a Ucrânia tem uma chance realista de retomar a Crimeia pela força, dada a enorme extensão do fornecimento de armas do Ocidente.
Anteriormente, o país nórdico confirmou ter fornecido 2.000 armas antitanque M72 e 100 mísseis antiaéreos à Ucrânia e prometeu US$ 43,7 milhões (R$ 206,75 milhões) a uma iniciativa liderada pelo Reino Unido para comprar armas para Kiev.
Desde o início da operação militar especial russa em Donbass, as nações ocidentais têm enviado armas e equipamento militar à Ucrânia. Vale notar que muitos países, inclusive os escandinavos, abandonaram seu antigo princípio de não enviar armas para países em conflito.