Pierre Henrot, que foi um alto oficial de artilharia nuclear da OTAN e participou de forças de manutenção de paz da ONU nos Bálcãs, disse à agência que as decisões de fornecer armas mais pesadas à Ucrânia remontam a finais de abril.
O presidente dos EUA, Joe Biden, descartou o envio de sistemas de mísseis autopropulsados M270 com o alcance de 300 km devido ao receio de que as tropas ucranianas pudessem atacar a Rússia.
"Acho que estamos chegando aos limites do que a Europa e até os EUA estão dispostos a fornecer à Ucrânia, apesar das novas demandas do governo de Zelensky […] Os EUA já enviaram muito e poderiam enviar mais do mesmo para substituir as perdas […] Quanto aos europeus, apesar da publicidade feita sobre estas entregas, eles simplesmente não podem enviar mais equipamentos pesados, uma vez que não há muitos mais disponíveis em seus arsenais", observou o especialista.
"Apesar da difícil situação do Exército ucraniano em Donbass, os EUA atingiram o limite quanto ao tipo de armas que fornecerão. Além disso, os países da OTAN sabem que estão perigosamente flertando com o conceito de co-beligerância e não querem ser arrastados em um conflito direto com Moscou", acrescentou Henrot.
Os EUA, Austrália, Canadá concordaram em enviar obuseiros M777 de 155 mm para a Ucrânia.
Por sua vez, Josep Borrell, chefe das Relações Exteriores da União Europeia, disse em 22 de maio que a UE tinha ficado sem equipamento militar para ajudar a Ucrânia. Agora, a atenção está focada nos EUA após a Casa Branca ter anunciado que o próximo pacote de US$ 700 milhões (R$ 3,33 bilhões) incluiria sistemas de mísseis guiados HIMARS, que podem atingir alvos até 80 km de distância.