As exigências da Turquia sobre a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN seguem inalteradas e não são negociáveis, afirmou um assessor do presidente turco Recep Tayyip Erdogan ao jornal sueco Dagens Nyheter.
"Não é correto que a Finlândia e a Suécia desperdicem o tempo da OTAN neste momento crítico", disse Fahrettin Altun, chefe de mídia e comunicação de Erdogan, em uma entrevista por e-mail, citado na sexta-feira (3).
Em 18 de maio Estocolmo e Helsinque submeteram seus pedidos de adesão à OTAN, argumentando que o conflito ucraniano mudou a situação de segurança na Europa. Uma candidatura de adesão deve ser aprovada por unanimidade, mas a Turquia, um Estado-membro, se opôs, apontando que os dois países apoiam o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) e as Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), organizações consideradas terroristas por Ancara.
A Turquia exorta esses países a mudar suas leis para deixarem de apoiar esses grupos, proibi-los de organizar quaisquer eventos em seu território, extraditar aqueles que são procurados pela Turquia sob acusações de terrorismo, apoiar as operações militares e antiterroristas de Ancara e levantar todas as restrições à exportação de armas para o país.
Altun destacou as contribuições e o compromisso da Turquia com a segurança de seus aliados, ressaltando que seu país espera mais da Finlândia e da Suécia do que só palavras.
"Antes desta candidatura eles podem ter pensado: 'A Turquia será convencida de qualquer forma' ou 'A Turquia não se oporá'. No entanto [...] a Turquia protegerá seus interesses a todo custo", comentou ele, afirmando que a adesão à OTAN não é um direito, mas um privilégio, e que o que acontece a seguir "depende do governo sueco".
Questionado sobre os resultados das negociações na semana passada com as delegações dos dois países nórdicos em Ancara, Altun sublinhou que não havia diferença entre "o que dizemos a eles e o que dizemos em público".