Após o golpe militar realizado em agosto de 2020, o Mali tenta organizar a política local para fazer uma transição para um regime democrático dentro de um prazo de dois anos.
Segundo o porta-voz do país, Abdoulaye Maiga, esse é o mais recente movimento nas negociações com a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao, na sigla em francês) para suspender sanções que prejudicam a economia.
Os líderes do Mali estão sob pressão para restaurar a democracia desde que derrubaram o governo e não cumpriram a promessa de realizar eleições em fevereiro de 2022.
Maiga disse que a transição de regime político segue um "estágio avançado de negociações com a Cedeao", sendo que o Mali "espera que as sanções sejam levantadas".
No último fim de semana, chefes de Estado da África Ocidental se reuniram em Acra, capital de Gana, para discutir a situação, escreve a Reuters.
Eles concordaram em não suspender as sanções, que incluem fechamento de fronteiras e restrições a transações financeiras, a menos que os líderes interinos propusessem uma transição mais curta.
Enquanto busca sua transição política, o Mali justifica a demora em razão dos problemas que ocorreram na esteira da saída das tropas francesas da região, após quase uma década de ocupação.
Em fevereiro deste ano, a França, o Canadá e seus aliados na Força-Tarefa Takuba anunciaram a retirada de suas tropas do Mali, após nove anos de ocupação, devido a "desacordos com as autoridades de transição do país".
Em 16 de maio, o governo interino do país africano disse que oficiais militares "apoiados pelo Ocidente" tentaram um golpe no país. O suposto plano frustrado foi executado na noite entre 11 e 12 de maio.
A acusação contra os ocidentais marcou mais um ponto baixo entre o Mali e seus antigos "aliados" internacionais, que contribuíram na guerra que o país africano travou contra o terrorismo.
O golpe de Estado que ocorreu no país, em 18 de agosto de 2020, foi condenado por representantes de diversas nações, incluindo França, Estados Unidos, Canadá, Rússia, Turquia e China.
Na época, soldados detiveram vários funcionários do governo maliano, incluindo o então presidente, Ibrahim Boubacar Keita, que renunciou ao cargo.
Eles criticavam o governo do país pela crise econômica, aumento do terrorismo, episódios de corrupção e gestão ao longo da pandemia de COVID-19.