Panorama internacional

Lavrov reitera posição do Kremlin de que a Ucrânia deve desminar os portos para poder exportar grãos

O chanceler russo criticou a pergunta feita por um jornalista, que acusou a Rússia de "roubar" grãos da Ucrânia, e abordou o comportamento de certos embaixadores ucranianos, o qual qualificou de "grosseiro".
Sputnik
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, respondeu na quarta-feira (8) em tom irônico a um jornalista ucraniano que acusou o lado russo de "roubar" grãos ucranianos.
Um jornalista do canal ucraniano Gromadskoe Televidenie fez a pergunta em uma coletiva de imprensa após negociações em Ancara, Turquia, acusando a Rússia de supostamente "roubar" grãos e outras mercadorias na Ucrânia.
"Ah, então você tem uma dor de cabeça sobre onde roubar algo e você acha que todos fazem isso? Eu lhe respondo: estamos empenhados na implementação dos objetivos que foram anunciados publicamente, de livrar o leste da Ucrânia da pressão do regime neonazista", retrucou Lavrov após conversas com Mevlut Cavusoglu, seu homólogo da Turquia.
"Quanto ao grão, explicamos hoje, pode ser livremente transportado para os destinos, não há nenhum obstáculo por parte da Rússia. Precisamos que o sr. [Vladimir] Zelensky dê a ordem, se ele ainda comanda alguma coisa lá, para permitir que navios estrangeiros e ucranianos saiam ao mar Negro", continuou ele.
A ONU tem declarado frequentemente que existe uma ameaça de crise alimentar global devido à escassez de grãos, enquanto o Ocidente tem acusado a Rússia de bloquear a entrega dos grãos ucranianos aos mercados mundiais. Vladimir Putin, presidente da Rússia, respondeu que não há obstáculos na exportação de grãos da Ucrânia por parte da Rússia, e que é da responsabilidade da Ucrânia fazer com que os navios com grãos possam deixar os portos sem problemas.
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Ao mesmo tempo, as próprias autoridades de Kiev criaram obstáculos para a exportação de grãos. Além do agora revelado fogo posto no porto de Mariupol, as forças ucranianas minaram o mar Negro, impedindo que os grãos cheguem aos mercados mundiais por via marítima.

Diplomatas ucranianos

O chanceler russo também descreveu como grosseiro o comportamento dos embaixadores ucranianos frente aos chefes de Estado estrangeiros.
"Se você quer saber minha opinião, eu já comentei tal comportamento. Também me repreendem às vezes por não escolher muito as expressões, mas são expressões fortes, outra coisa é o significado do que está sendo dito. O significado do que muitos embaixadores ucranianos dizem é grosseiro, incluindo as características que têm coragem de atribuir aos chefes de Estado e de governo dos países em que trabalham", comentou Lavrov.
"Considero isso inaceitável. Hoje abordamos brevemente este tema. Temos um entendimento comum de que é melhor falar decentemente", acrescentou o ministro.
O embaixador da Ucrânia na Alemanha, Andrei Melnik, chamou em maio Olaf Scholz, chanceler alemão, de "salsicha de fígado ofendida", depois que ele descartou a visita à capital ucraniana devido à recusa das autoridades de Kiev em receber o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier. Melnik também fez anteriormente afirmações controversas.
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