O texto diz que equipes de busca localizaram, em um rio próximo ao porto de Atalaia do Norte, "material orgânico aparentemente humano".
"As equipes de busca localizaram no rio, próximo ao porto de Atalaia do Norte, material orgânico aparentemente humano, o qual está sendo encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que também realizará perícia nas amostras de sangue encontradas na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como 'Pelado', cuja prisão temporária já foi decretada na data de ontem [9]", disse a PF no comunicado.
Segundo a PF, hoje (10) houve a coleta de materiais genéticos de referência de Phillips na cidade de Salvador, onde atualmente reside, e de Pereira em Recife.
"Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação", finalizou o comunicado.
Colaborador do jornal The Guardian, Dom Phillips percorre a Amazônia em 16 de novembro de 2019
© AFP 2023 / Joao Laet
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em discurso oficial na Cúpula das Américas, que seu governo faz uma "busca incansável" pelos dois.
"Pedimos a Deus que sejam encontrados com vida", declarou Bolsonaro sobre a dupla, que desapareceu no último domingo (5), no Vale do Javari, região remota da Floresta Amazônica.
Segundo o site G1, o governo brasileiro tem sido alvo de pressão internacional por mais empenho nas buscas por Dom Phillips e Bruno Pereira.
Na manhã desta sexta-feira (10), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) cobrou o governo e pediu para que este redobre os esforços e os recursos empregados nas ações de busca pelos dois.
A porta-voz da entidade das Nações Unidas, Ravina Shamdasani, também teceu críticas à demora do governo brasileiro para começar as buscas.
Dom Phillips é colaborador do jornal The Guardian. O indigenista Bruno Araújo Pereira é servidor público, da Fundação Nacional do Índio (Funai). Eles desapareceram quando faziam o trajeto da comunidade ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte. A dupla foi vista pela última vez por volta das 6h de domingo (5).
O indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, da Funai, em março de 2019
© Foto / Funai / Bruno Jorge
Phillips estava trabalhando em um livro sobre a preservação da floresta e entrevistando populações indígenas na região. Já Pereira foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por nove anos. Ele vinha recebendo ameaças de morte de grileiros e pescadores ilegais.