Teodoro L. Locsin Jr., secretário das Relações Exteriores das Filipinas, criticou as tentativas dos países ocidentais de militarizar a Ásia-Pacífico de uma forma semelhante à OTAN, que diz que "nunca será levada a sério" na região.
Locsin respondeu às declarações do senador americano Ben Sasse, que instou a criar uma "nova aliança militar centrada no Pacífico", uma "OTAN para o Pacífico", em meio às preocupações ocidentais sobre a crescente influência de Pequim na região.
O alto responsável filipino afirmou que "discutiu" a ideia de uma "OTAN asiática" durante sua visita à China em abril.
"Eu disse que uma OTAN asiática nunca será levada a sério. A europeia já é uma piada. Quanto à AUKUS, é uma agremiação de [países] com o mesmo espírito, com os mesmos braços e com a mesma belicosidade. Acrescente o Japão", apontou ele.
As críticas de Teodoro L. Locsin em relação à AUKUS contrastam com sua posição anterior sobre o pacto trilateral, que prevê que os EUA e o Reino Unido forneçam a Camberra tecnologia para desenvolver submarinos nucleares. Quando o acordo foi revelado em setembro, Locsin declarou que os vizinhos de Camberra no Sudeste da Ásia "não possuem os meios militares para manter a paz e a segurança na região", e que a AUKUS ajudaria a manter a "paz e a estabilidade" na região.
"Há um desequilíbrio nas forças disponíveis dos países membros da ASEAN, com o principal equilibrista a mais de meio mundo de distância", disse Locsin na época.
Países como a Malásia e a Indonésia também têm expressado preocupações quanto ao pacto trilateral, com os ministros das Relações Exteriores dos dois países alertando para uma "corrida armamentista" em outubro de 2021. A China advertiu igualmente para uma "corrida armamentista nuclear", enquanto Wang Yi, ministro das Relações Exteriores do país, tem acusado os EUA de tentar criar uma "OTAN asiática" com a ajuda de grupos como a AUKUS e o Quad.