Na decisão publicada pelo Fed, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) cita preocupações com as taxas de inflação do país e cita "desequilíbrio" entre a oferta e a demanda nos EUA devido à pandemia, além de preços mais altos de energia e outras pressões.
Esse foi o terceiro aumento da taxa de juros dos EUA desde o início da pandemia e superou as expectativas de especialistas. A mídia norte-americana especulava que o aumento seria de somente 0,5 ponto percentual.
No comunicado, o Fed também cita uma influência da operação militar especial da Rússia na Ucrânia e seus desdobramentos sobre o reajuste, assim como os mais recentes lockdowns na China. Desde o início da ação russa, os EUA e seus aliados aplicam sanções econômicas sem precedentes contra diversas áreas da economia russa, incluindo o setor de energia, o que tem efeitos sobre os preços internacionais do petróleo.
Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante audiência no Capitólio, em Washington, no dia 30 de setembro de 2021
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Diante das preocupações de que as medidas do Fed causem uma recessão nos Estados Unidos, o presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que as ações adotadas não têm como objetivo induzir o encolhimento da economia. "Estamos tentando atingir uma inflação de 2% com um mercado de trabalho forte", disse. Atualmente a inflação nos EUA está em 8,6%.
Segundo um levantamento publicado pelo jornal Financial Times, economistas acreditam que os EUA possam enfrentar uma recessão em 2023 devido à política de aumento dos juros para reduzir a demanda.
A economia dos EUA ainda se recupera do impacto da pandemia de COVID-19 e encolheu 1,5% no primeiro trimestre de 2022. Além disso, o país convive com um cenário de alta de preços, notadamente dos combustíveis. Apesar da inflação e da previsão econômica, a taxa de desemprego é de apenas 3,6%.