Panorama internacional

Macron pede à Ucrânia que retome negociações com a Rússia

Oferecendo-se para mediar os diálogos de paz, o presidente francês disse que Zelensky "vai ter que negociar com a Rússia" no futuro.
Sputnik
Nesta quarta-feira (15), o presidente francês, Emmanuel Macron, ofereceu a mediação europeia no processo de negociação entre Rússia e Ucrânia, afirmando que seu colega ucraniano, Vladimir Zelensky, vai ter que reiniciar as negociações em algum momento.
"Queremos a paz, o que significa que, quando chegarmos a um cessar-fogo, as discussões devem ser retomadas", disse o líder francês durante visita à Romênia.
"O presidente ucraniano vai ter de negociar com a Rússia, e nós, europeus, estaremos presentes nessa mesa para oferecer garantias de segurança", acrescentou Macron, falando ao lado de seu colega romeno, Klaus Iohannis.
A visita de Macron incluiu reuniões com líderes políticos e com tropas francesas enviadas para a base militar de Mihail Kogalniceanu como parte do reforço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no flanco do Leste da Europa. Ele elogiou a presença dos 500 soldados franceses como uma "clara mensagem de compromisso" com a política do bloco durante um discurso na base.
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A OTAN aumentou a presença de tropas no Leste da Europa, alegando que isso era necessário para impedir um suposto ataque da Rússia. Moscou vê a atitude como uma confirmação da hostilidade do bloco em relação à Rússia e uma invasão de suas fronteiras.
Durante a entrevista coletiva com Iohannis, Macron reiterou que a hostilidade prolongada com a Rússia não era uma solução viável de longo prazo para a segurança europeia.
"Nós, europeus, compartilhamos um continente com a Rússia, e a geografia é teimosa. A Rússia está aqui hoje, vai estar aqui amanhã e esteve aqui ontem", disse ele.
A visita de Macron à Romênia pode ser seguida de uma viagem à Ucrânia, durante a qual ele deve se juntar ao chanceler alemão Olaf Scholz e ao primeiro-ministro italiano Mario Draghi. A viagem não foi oficialmente confirmada, mas foi amplamente divulgada.
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A Ucrânia realizou várias rodadas de conversação com a Rússia, durante as quais foram feitos alguns progressos na formulação de um possível acordo de paz. Kiev prometeu manter um status neutro e abster-se de cooperação militar com a OTAN em troca de obter garantias de segurança das principais potências mundiais, incluindo a Rússia.
As negociações foram interrompidas depois que a Ucrânia acusou tropas russas de cometer crimes de guerra na cidade de Bucha, perto de Kiev. O presidente Vladimir Zelensky afirmou que seu povo não apoiaria nenhum acordo de paz com Moscou devido às supostas atrocidades, que a Rússia nega ter cometido.
Zelensky afirmou que, em vez de buscar um compromisso, a Ucrânia vai vencer a luta contra a Rússia no campo de batalha com a ajuda de armas estrangeiras despejadas na Ucrânia pelos EUA e seus aliados. Autoridades ucranianas culparam o Ocidente e seu ritmo lento do envio de armamento militar pela contínua perda de território para as forças russas, bem como pelo alto número de baixas que a Ucrânia tem sofrido nos combates.
Moscou destacou que mudanças bruscas em questões tão sérias quanto guerra e paz têm sido uma marca do mandato de Zelensky, quer como presidente, quer antes de ser eleito. O Kremlin também disse que as nações ocidentais estão alimentando o conflito em vez de encorajar Kiev a buscar uma solução pacífica para ele.
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