Conforme relembra o autor, na terça-feira (14) ocorreram eventos que agitaram o mercado energético global. Primeiramente, a empresa americana Freeport LNG anunciou que sua fábrica, que produz gás natural liquefeito (GNL) no Texas e que foi fechada após uma explosão em 8 de junho, recomeçará a funcionar apenas no final de 2022. O fechamento da fábrica reduzirá em 18% o volume de exportações do GNL dos EUA e, consequentemente, a Europa receberá menos combustível.
O problema agravou-se com a parada de uma parte das turbinas no Nord Stream, pela Gazprom russa, resultante na queda do volume das entregas de gás para a União Europeia de até 67 milhões de metros cúbicos por dia em vez dos programados 167 milhões. A causa disso foi o atraso no trabalho da empresa alemã Siemens que não conseguiu recuperar a tempo unidades de bombeamento de gás da reparação.
Ambos os eventos provocaram alta brusca nos preços de gás na UE até US$ 1.300 (R$ 6.570) por mil metros cúbicos. A disparada dos preços de combustível, levando ao fechamento dos negócios, "é sal na ferida para o continente", notou Lee.
Mesmo assim, nos próprios Estados Unidos o fechamento da fábrica de GNL no Texas fez diminuir o custo da matéria-prima em 17% graças à redução da exportação para a Europa. Conforme as palavras do colunista, os industriais americanos que perceberam essa próxima ligação podem pressionar para que as entregas na UE se reduzam a fim de manter o nível de preços no seu país. Se conseguirem sua meta, isso causaria uma divisão entre Washington e Bruxelas, acredita o jornalista.
Até agora, os EUA e a Europa mantiveram "a frente unida na política energética". Os EUA até garantiram que serão capazes de fornecer sem problemas aos países europeus o GNL, relembrou Lee. Porém, a queda brusca de custo de gás para um lado e problemas financeiros para o outro lado aumentam o risco de que os interesses das partes divirjam, resumiu ele.