Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou novas altas nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras, os quais começarão a valer amanhã (18). Com o reajuste, o preço médio de venda de gasolina passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. Para o diesel, preço médio de venda sairá de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, segundo o G1.
A alteração no custo foi discutida ontem (16) em reunião extraordinária do Conselho de Administração da estatal, e de acordo com a mídia, conselheiros ligados ao governo tentaram convencer a empresa a segurar o aumento.
Só que a diretoria relatou o teor das conversas realizadas com o governo nos últimos dias, quando a equipe do presidente, Jair Bolsonaro (PL), não aceitou conceder um subsídio para a estatal e para importadores privados trazerem o diesel mais caro no exterior e vendê-lo no Brasil com um valor mais baixo.
Como justificativa para o aumento, a Petrobras afirma que o mercado global de energia está atualmente em "situação desafiadora", por conta da recuperação da economia mundial e o conflito na Ucrânia.
A petrolífera aponta ainda que "é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos", e que tem buscado equilibrar seus preços com o mercado global, sem o repasse imediato da volatilidade dos preços externos e do câmbio.
'Caos'
Na manhã de hoje (17), antes do anuncio do reajuste, Bolsonaro retomou críticas à Petrobras e disse que a empresa "pode mergulhar o Brasil nem um caos", relatou a Folha de São Paulo.
"O governo federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais. A Petrobras pode mergulhar o Brasil em um caos. Seu presidente, diretores e conselheiros bem sabem o que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo", afirmou.
Ainda na noite de quinta-feira (16), o mandatário já havia disparado contra a empresa dizendo que a mesma tem "interesse político em atingir o governo federal".
"Espero que a Petrobras não queira aumentar diesel, aumentar gasolina nesses dias que estamos negociando aqui com o Parlamento. Só posso entender que seria um reajuste da Petrobras agora com interesse político para atingir o governo federal", declarou.