"[O presidente Joe Biden] pediu que todos os fornecedores ao redor do mundo aumentassem a produção. Isso inclui a OPEP, que inclui nossos produtores domésticos de petróleo e gás", disse Jennifer Granholm ao programa State of the Union, da CNN.
Granholm disse que entendia que Biden também se encontraria pessoalmente com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, embora a família real saudita seja acusada de participação no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018.
A oficial acrescentou que se reunirá com executivos-chefes de empresas de petróleo e gás na próxima semana para discutir a falta de capacidade de processamento nas refinarias de petróleo dos EUA.
Na última sexta-feira (17), William Ruger, presidente do Instituto Americano de Pesquisa Econômica (AIER, na sigla em inglês), disse à Fox News que as restrições econômicas impostas pelos EUA à Rússia acabaram sendo um "tiro no próprio pé".
Segundo observa o especialista, as sanções raramente fazem com que os países para os quais elas são direcionadas "mudem o seu comportamento".
"Você não pode forçar os líderes dos países a rejeitarem o que consideram essencial para os seus interesses nacionais vitais. No caso da Rússia é a situação na Ucrânia", disse.
De acordo com Ruger, a situação na qual, sob pressão das sanções, a Rússia aumenta seus rendimentos de venda de recursos energéticos é outro exemplo de "consequências não intencionais" resultantes de "ações incorretas".
O especialista americano disse que a situação das sanções era "extremamente previsível", uma vez que os pesquisadores analisaram essa questão por décadas e descobriram que as políticas de tal pressão na maioria das vezes "não ajudam muito".
"Mais uma vez tudo é muito previsível. E a imagem típica que vemos da atual administração [dos EUA] é a de decisões políticas que, ao que parece, deveriam beneficiar os contribuintes americanos ou as pessoas no estrangeiro, mas elas na realidade resultam em ser um tiro no próprio pé", concluiu o presidente do instituto.
Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, tais ações do Ocidente visam piorar a vida de milhões de pessoas. A pressão sancionatória sobre Moscou já causou problemas econômicos para os EUA e a Europa, levando a um grande aumento dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares.
Em 24 de fevereiro, o presidente da Rússia anunciou o início de uma operação militar especial para "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia".
Durante a ação, as Forças Armadas da Rússia eliminam instalações da infraestrutura militar ucraniana, sem realizar ataques contra alvos civis em cidades. Os militares russos também organizam corredores humanitários para a população civil que foge da violência dos neonazistas e nacionalistas.
Em resposta à operação de Moscou, os EUA decidiram implementar a bateria de sanções mais dura já vista contra a Rússia. Biden e seus aliados, como os Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), instaram a União Europeia e o resto do mundo a potencializar tais sanções, aderindo ao modelo de "guerra híbrida" adotado pelos norte-americanos.
Embargos e proibições foram adotados nos mais diversos setores com o objetivo de estrangular a economia russa. As reservas internacionais do país foram congeladas e investimentos, interrompidos. As sanções, entretanto, tiveram reflexos em setores como de esporte e de cultura, assim como em meios de comunicação russos no Ocidente por meio da censura.