Conforme suas palavras, a recente visita à Ucrânia dos três líderes apenas ressaltou a profunda divisão na comunidade europeia relativamente à questão da resolução do conflito na antiga república soviética.
"A visita há muito adiada de Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Mario Draghi a Kiev devia simbolizar a unidade da União Europeia em apoio à Ucrânia [...] Contudo, a declaração sobre o status de 'candidato imediato' a membro da UE para Kiev, tal como sobre a prestação da assistência militar [...] não podem encobrir as crescentes controvérsias dentro das democracias sobre os objetivos do conflito", escreveu Baverez.
O especialista ressaltou que a comunidade europeia ficou dividida entre os apoiadores de mais pressão sancionatória sobre Moscou e os que defendem uma resolução da situação atual na Ucrânia o mais rápido possível por via diplomática.
Como apontou o político, os países do bloco oriental da UE, junto com o Reino Unido, estão focados em uma confrontação mais aguda com a Rússia, mas os seus parceiros mais próximos acham correto outro desenvolvimento da situação.
"Os países da Europa Ocidental – França, Alemanha e Itália – defendem, segundo rumores, uma solução diplomática para o conflito por meio de negociações com Moscou sobre um compromisso territorial", afirmou Baverez.
Enquanto isso, os EUA, do ponto de vista do político francês, mantêm uma posição intermediária, simultaneamente prestando ajuda militar a Kiev, temendo uma nova escalada e não descartando a iniciativa diplomática proveniente de Paris, Roma e Berlim.
Desde 24 de fevereiro, a Rússia tem conduzido uma operação militar especial de "desnazificação e desmilitarização" da Ucrânia. Conforme ressaltou o presidente Vladimir Putin, o principal objetivo da missão é proteger as pessoas de Donbass, que por oito anos "foram vítimas de genocídio por parte do regime de Kiev".