Conceder à Ucrânia o status de candidata à União Europeia (UE) é uma importante "mensagem simbólica" para apoiar Kiev em meio ao conflito em curso com a Rússia, disse o primeiro-ministro belga Alexander De Croo, nesta quinta-feira (23). A entrada efetiva do país no bloco, no entanto, vai levar "muitos anos" e "muitas reformas", alertou a autoridade.
A expectativa é que a Ucrânia receba o status de candidata durante a cúpula do Conselho Europeu, já em andamento. O Parlamento da UE apoiou esmagadoramente a medida nesta quinta-feira, enquanto na semana passada (17), a Comissão Europeia recomendou a concessão desse status a Kiev. De Croo reiterou o apoio da Bélgica às aspirações de adesão de Kiev à UE.
"Os ucranianos estão lutando por nossos valores, por nossos valores de democracia, segurança e paz. Dar um sinal à população ucraniana com o status de candidato é uma mensagem simbólica muito importante", disse De Croo.
Ainda assim, o processo de adesão real ao bloco vai ser como percorrer uma estrada acidentada, porque o país precisa ainda enfrentar uma ampla gama de questões para atender aos padrões e requisitos da UE, destacou o primeiro-ministro.
"Isso não significa que a Ucrânia em breve fará parte da União Europeia. É um processo de muitos anos com muitas reformas que será muito difícil e para nós, é muito importante dar um forte sinal simbólico", explicou De Croo.
A adesão à UE tem sido o principal ponto de discussão para os políticos ucranianos pró-ocidentais há décadas, mas os Estados-membros do bloco ainda não haviam sinalizado que Kiev estava pronta para se tornar candidata. A vontade da Ucrânia de se juntar ao bloco foi revigorada em meio à operação militar especial russa no país, iniciada no final de fevereiro.