"[…] Está sendo inflada artificialmente uma histeria em torno da paragem do transporte, digamos, de grãos ucranianos através de um porto do mar Negro. A propósito, tanto pelas estimativas americanas como nossas, trata-se de aproximadamente de cinco a seis milhões de toneladas de trigo e sete milhões de toneladas de milho. Também é algo, mas globalmente, é claro, isso não resolve nenhum problema no mercado global de grãos. Mas a questão nem é essa: eu já afirmei publicamente muitas vezes, e quero sublinhar mais uma vez, que a Rússia não impede a exportação de grãos ucranianos para fora desse país e está pronta a garantir livre passagem de navios com grãos para águas internacionais se, é claro, os militares ucranianos neutralizarem as minas dos portos de envio e as áreas aquáticas próximas", disse Putin.
O forte aumento da inflação no mundo não é efeito dos últimos meses ou da operação militar especial russa na Ucrânia, mas o resultado de uma política de muitos anos dos países do G7.
"Este não é um resultado dos últimos meses ou ainda menos um resultado da operação militar especial […] para proteger Donbass. Quero enfatizar: o aumento acentuado da inflação não aconteceu ontem. Este foi o resultado de muitos anos da política macroeconômica irresponsável dos países do G7, da emissão [de dinheiro] descontrolada e da acumulação de dívidas não garantidas", explicou Putin.
Pouco tempo atrás, os EUA eram um país exportador de alimentos, e agora eles começaram a comprar no valor de mais US$ 17 bilhões (R$ 88,4 bilhões), em vez de vender, disse líder russo.
Na cúpula do BRICS Putin notou que a Rússia está pronta para cumprir todas as suas obrigações contratuais e fornecer fontes de energia, fertilizantes e grãos. Ele acrescentou que a Rússia continua a prestar assistência humanitária a muitos países necessitados, em particular ao Líbano, Tajiquistão, Quirguistão, Cuba, Sudão e outros.