Panorama internacional

Ucrânia receberá dinheiro da UE, mas não vai ingressar no bloco, prevê político francês

François Asselineau, membro do gabinete de vários ministros em anteriores governos da França, considerou improvável a adesão da Ucrânia à União Europeia em breve, citando os exemplos dos países balcânicos, que esperam há "mais de uma década" para isso.
Sputnik
O novo status da Ucrânia como candidata à adesão à União Europeia (UE) lhe dará acesso ao financiamento do bloco, mas seu caminho para a adesão pode virar um beco sem saída, afirmou François Asselineau, político francês e adepto da saída da França da UE, à Sputnik.
"Mesmo que esta adesão permaneça letra morta, o que acontecerá, a UE libertará somas significativas sob a designação de 'preparação para a adesão' da Ucrânia", disse ele.
A Ucrânia levou menos de três meses a obter o há muito desejado status, o primeiro passo oficial para uma adesão de pleno direito. Bruxelas normalmente leva anos a decidir estes casos.
"Não estou falando da raiva dos outros países, já candidatos à adesão nos Balcãs, que não apreciam de modo nenhum serem ultrapassados pela Ucrânia. Eles não entendem a razão, a maioria deles já esperou mais de uma década", apontou Asselineau, antigo delegado-geral para a inteligência económica no Ministério da Economia e Finanças da França.
O político advertiu que o custo de ter sete candidatos a Estados-membros seria astronômico para a UE.
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A Turquia recebeu cerca de € 8 bilhões (R$ 44,28 bilhões) de financiamento durante seus 35 anos de espera, enquanto a reconstrução da Ucrânia deverá custar aos contribuintes europeus mais de € 1 trilhão (R$ 5,54 trilhões).
"Nenhum estudo de impacto foi feito sobre as consequências financeiras para a UE desta filiação da Ucrânia. Até o presidente Macron e o seu ministro das Relações Europeias, Clement Beaune, um convencido 'europeísta', insistiram no fato de que a adesão levaria pelo menos 15 anos. A deterioração da imagem da UE junto do público está piorando", disse o especialista.
Asselineau chamou a União Europeia de ditadura "bem-intencionada" por já não considerar seu processo de tomada de decisão democrático. Ele sugeriu que todos os alargamentos da UE deveriam ser sujeitos a referendo, como pretendia Jacques Chirac, ex-presidente da França (1995-2007), até Nicolas Sarkozy, seu sucessor (2007-2012), ter abandonado a legislação.
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