A informação partiu do porta-voz presidencial turco, Ibrahim Kalin, durante entrevista à Haberturk, da Turquia.
"Haverá uma cúpula entre Turquia, OTAN, Suécia e Finlândia com o nosso presidente na quinta-feira [29] em Madri, a pedido do secretário-geral da OTAN [Jens Stoltenberg]. Será um encontro antes da cúpula da OTAN", disse Kalin.
'Não podemos dar um passo atrás'
O porta-voz turco também disse que antes do encontro, a Turquia realizará uma nova rodada de diálogos com Finlândia e Suécia sobre a intenção dos dois países de entrar na OTAN. A conversa deve ocorrer em Bruxelas, na segunda-feira (27).
"Nós tivemos duas reuniões com nossos homólogos suecos e finlandeses em Ancara e Bruxelas. A julgar pela conversa do nosso presidente ontem [25] com o secretário-geral da OTAN, iremos a Bruxelas amanhã [27] com o senhor [vice-chanceler] Sedat [Onal]. Em nossa visão, nós levamos as questões sob discussão até um certo ponto. Não podemos dar um passo atrás", acrescentou Kalin.
Sauli Niinisto, presidente da Finlândia (à esquerda), Joe Biden, presidente dos EUA (no centro), Magdalena Andersson, primeira-ministra da Suécia (à direita), participam de coletiva de imprensa no Rose Garden da Casa Branca em Washington, EUA, 19 de maio de 2022
© AFP 2023 / Mandel Ngan
No dia 18 de maio, quase três meses desde o início da operação militar russa na Ucrânia, Finlândia e Suécia apresentaram à OTAN suas candidaturas para entrar no bloco militar ocidental. A medida representou uma mudança drástica na diplomacia dos países, que mantinham uma política histórica de neutralidade.
Como membro da OTAN, a Turquia bloqueou a entrada dos dois países no bloco afirmando que Helsinque e Estocolmo mantêm apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado por Ancara como uma organização terrorista e uma séria ameaça aos seus interesses nacionais.
A OTAN realizará sua cúpula entre os dias 28 e 30 deste mês, em Madri. Os membros devem adotar um novo Conceito Estratégico, documento oficial que alinha a posição do bloco, estabelecendo os principais desafios e políticas de segurança para a próxima década.