A declaração de Kalin ocorreu durante entrevista à emissora turca Haberturk. Para o porta-voz, eventuais sanções contra Moscou prejudicariam a Turquia.
"Nós declaramos que não vamos nos juntar às sanções. Isso é por causa de nossa vantagem econômica. Nós dependemos de fontes de energia externas", afirmou Kalin.
Segundo o porta-voz presidencial, essa posição já foi apresentada ao bloco ocidental e há um consenso nesse sentido.
"As sanções contra a Rússia atingirão, acima de tudo, a economia da Turquia, nós certamente não queremos isso", disse.
Presidente turco Recep Tayyip Erdogan
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Kalin acrescentou que Ancara recebe pedidos frequentes do Ocidente para juntar-se às sanções contra Moscou, mas mantém sua posição.
"Não há pressão sistemática, mas periodicamente há esses pedidos. Mas, como disse, nós não podemos fazer isso porque iria atingir nossa economia em primeiro lugar. Por outro lado, há o nosso papel intermediário, porque tudo passa pela Turquia", afirmou.
Em outro momento da entrevista o porta-voz salientou que as ações da Rússia na Ucrânia não são uma coincidência e que ocorreram após passos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em direção ao Oriente.
Bandeiras da Turquia e da OTAN
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Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, um volume sem precedentes de sanções econômicas foi imposto à Rússia pelo bloco ocidental liderado pelos Estados Unidos. As medidas restritivas incluem o setor de energia e as reservas financeiras internacionais russas.
A Turquia tem exercido um papel diplomático ao longo da crise e chegou a receber uma rodada de diálogos entre autoridades de Moscou e Kiev, em março. Alegando interesses próprios, Ancara também bloqueou recentemente a entrada de Suécia e Finlândia na OTAN.